Há uma expectativa de que a política em Janaúba sofra uma reviravolta total. É que o prefeito eleito, José Aparecido Mendes, chega sem nenhum compromisso com os grupos políticos tradicionais do município. Isto significa que poderá montar a sua equipe sem a preocupação de estar “pagando promissória” de campanha, fruto de acordo. Um outro ponto importante é que Zé Aparecido chega trazendo uma boa experiência administrativa, seja como empresário, seja como dirigente classista. Além do mais, nos últimos anos, navegou com desenvoltura no mundo político, o que facilitará a busca de recursos para a cidade, seja na esfera estadual ou na federal.

Vereador secretário
Pelo desenho que vem sendo formado no mundo político de Montes Claros, tudo caminha para que na reformulação do secretariado do prefeito reeleito, Humberto Souto, este seja pressionado para indicar nomes do quadro de vereadores eleitos. A justificativa é de que seria uma forma de acomodar grupos políticos que estiveram na embarcação da administração durante o período de campanha. A este respeito vale ressaltar que a maioria das pastas não funcionaram com eficiência. A deficiência acabou sendo encoberta por ações em outros setores, a exemplo de determinadas obras.
 
Pouca chance
Integrante da cúpula da Prefeitura de Montes Claros, ligado ao chefe do Executivo, comentou com este jornalista que são poucas as chances do aproveitamento de um dos vereadores eleito no secretariado. Afirmou que não existe nenhum compromisso neste sentido com os apoiadores.
 
Apoios preocupantes
Sem a preocupação de fazer qualquer juízo de valor em relação às ações e o comportamento da administração em Montes Claros, chama a atenção o fato de que tudo caminha para que, a partir de janeiro, o prefeito Humberto Souto conte com o apoio de pelo menos 22 dos 23 vereadores. Até agora, apenas a vereadora eleita Iara Pimentel (PT) não declarou apoio à administração. Na prática, isto não é bom para o próprio município, já que o contraditório é um elemento importante no processo democrático. Diante do quadro, a função terá que ser desenvolvida pela população.
 
Regime Judicialista
Considero preocupante decisões monocráticas que têm sido tomadas constantemente pelo Supremo Tribunal Federal, sempre que é questionado por partidos de oposição ao governo. Independentemente de questões ideológicas ou preferência política, o excesso de interferência nas ações do governo coloca em risco a democracia. A afirmação de que Executivo, Legislativo e Judiciário são poderes autônomos, porém harmônicos, não passa de palavras soltas ao vento. Se o Congresso Nacional não assumir de fato o seu papel, corremos o risco de sairmos do Regime Democrático para o Regime Judicialista.