Apoiar ou criticar o isolamento social, neste período da pandemia Covid-19, é uma decisão onde a verdade depende em que situação você está. Afirmar que a medida é necessária para barrar o avanço do coronavírus é a mais pura verdade. Para quem tem o poder da decisão, boa aposentadoria, bom salário, emprego garantido, casa confortável, geladeira cheia, delivery a disposição não é nenhum sacrifício colaborar e cumprir as normas e determinação da OMS. Entretanto, para cerca de 8,6 milhões de trabalhadores informais do país, famílias que vivem na extrema pobreza do bolsa renda, não é fácil a escolha e a decisão. “Para quem tem fome, o Deus dele é um pão”.
Papel do governo
A presidência da República, governadores e prefeitos determinarem o isolamento social, cruzando os braços para a população, é a medida mais cômoda que se possa adotar. O que a população quer ver é a implantação de medidas sociais para atender os que precisam ficar em isolamento social, mas não tem como se manter ou manter a família. Aliás, já era tempo de a Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria de Ação Social, se manifestar sobre o que vem sendo feito. Transferir responsabilidade do socorro para a sociedade e movimentos sociais é cômodo. Os próprios alimentos que estão deixando de ser utilizados com alunos da rede de ensino poderiam ser utilizados como medida para atender os necessitados.
Sem desculpas
Com a decisão do STF, através do ministro Alexandre de Morais, de liberar a União, os estados e os municípios no gasto do que for necessário no auxílio ao combate do coronavírus, sem correr o risco de serem penalizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal ou diretrizes orçamentárias, prefeitos não têm justificativa para deixar de socorrer famílias carentes que necessitam ficar em isolamento social, mas não têm como abastecer a geladeira ou comprar o básico para a sobrevivência.
Desespero eleitoral
Faltando quatro dias para o fim da janela que permite a transferência de partido, para os que vão concorrer ao pleito deste ano, bem como a própria filiação dos pré-candidatos, grande parte das agremiações em Montes Claros vive o clima de desespero, já que não estão conseguindo montar a chapa. Um outro fato interessante é que o número de pré-candidatos que estão desistindo da empreitada deve ser o maior dos últimos pleitos eleitorais.
Convenção
Aliado às dificuldades na montagem de chapa na proporcional e à incerteza do que poderá acontecer em face dos problemas provocados pela Covid-19, partidos caminham para as convenções sem qualquer perspectiva ou leitura aproximada do quadro. No momento, é impossível fazer qualquer prognóstico. As convenções acontecem de 20 de julho a 5 de agosto.