Já era esperado que a Comissão do Cisrun, responsável pela eleição da entidade, no dia de ontem (1º), encontraria uma forma de controlar o processo, já que detinha todas as informações e impediu uma das chapas de acompanhar todo o processo. Chama a atenção o fato de a Justiça ter deferido liminar determinando que não fosse levado ao escrutínio chapa com município considerado inapto a votação conforme ata publicada no dia 28 de dezembro e quando da votação tal fato não ter sido levado em consideração.
Caso de polícia
O que mais chamou a atenção na eleição da diretoria do Cisrun Macro Norte foi o fato de ter sido necessário a presença da polícia para fazer cumprir decisão do juiz Francisco Lacerda, da Vara da Fazenda Pública em Montes Claros. Num primeiro momento, o oficial de Justiça encontrou dificuldades para entrar no recinto e fazer cumprir a decisão judicial. Para se ter ideia, compareceu ao local um major, um capitão e sete outros policiais, entre sargento, cabos e soldados para controlar o clima de guerra criado dentro e fora do local de votação (Faculdades Fasi). Alheia às questões jurídicas, a eleição acabou ocorrendo naturalmente, e agora volta a ser questionada na Justiça.
Palavra do Juiz
Ontem, a chapa encabeçada pelo prefeito Norberto Marcelino ingressou na Justiça questionando a forma com que ocorreu a eleição, alegando que a decisão do juiz Francisco Lacerda não teria sido cumprida. Como o que vale é a chapa registrada no dia 28 de dezembro, alega que na relação não constava o nome do prefeito de Santa Cruz de Salinas, Zé de Bile, que posteriormente apareceu na chapa-1, encabeçada por Marcelo Meirelles (prefeito de São Romão). Segundo advogados de Norberto, ele poderia votar, mas não poderia fazer parte de chapa.
Deputado presente
Chamou a atenção o fato de, mesmo sendo dia importante em Brasília, com a eleição da presidência da Câmara Federal, o deputado Paulo Guedes (PT) preferir permanecer toda a manhã desta segunda-feira em Montes Claros, acompanhando a eleição do Cisrun Macro Norte. E claro que todos sabem os reais motivos. Certamente entendeu que para seu futuro político, e de seus companheiros, era mais importante a eleição no consórcio. Nenhuma novidade, afinal de contas estamos no Brasil.
Nada contra
Nos comentários feitos pela coluna em relação à eleição no Cisrun Macro Norte, desde o início do processo, em nenhum momento fizemos qualquer avaliação negativa, ou positiva, sobre os candidatos à presidência: Dr. Norberto (Claro dos Poções) ou Marcelo Meirelles (São Romão). O que questionamos, e continuamos, é a forma com que o processo foi conduzido para beneficiar parlamentar que tem todo o controle sobre o consórcio.