Antes da votação para escolha do nome do senador que assumiria o cargo de ministro do TCU, em substituição ao ministro Raimundo Carreiro, a coluna havia antecipado o que aconteceria, e os motivos que levou o senador mineiro Antonio Anastasia (PSD) a abrir mão da sua reeleição e o próprio interesse do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na sua eleição. Primeiro é fato que não teria a mesma facilidade de quando foi eleito senador. Outro fato, pouco conhecido, é de que quando decidiu se filiar ao PSD já tinha conhecimento de que o candidato ao Senado pela agremiação seria o suplente Alexandre Silveira.
Detalhes do TCU
Chama a atenção do mundo político detalhes da eleição do senador Antonio Anastasia para o TCU. O fato de ter acesso e o respeito tanto da ala de situação como de oposição eram indicativos de que não teria dificuldade de vencer os concorrentes, tanto é que obteve 52 votos, contra 19 da senadora Kátia Abreu (PP-T0) e sete do senador Fernando Bezerra (MDB-PE). Outro fato é que o presidente daquela Casa, Rodrigo Pacheco, tinha interesse direto, já que apoia o suplente Alexandre Silveira na disputa pela vaga de Minas no Senado.
Quem é Alexandre
Mineiro de Belo Horizonte, sendo delegado de carreira da Polícia Civil, o novo senador Alexandre Silveira (PSD) já esteve à frente do DNIT no Estado, tendo em 2006 sido eleito deputado federal e reeleito em 2010. Em 2011, no governo de Anastasia, ocupou a Secretaria de Estado de Gestão Metropolitana e, posteriormente, a Secretaria de Saúde. Em 2014 aceitou ser suplente na chapa ao Senado do ex-governador. Em 2018, coordenou a campanha de Anastasia ao governo de Minas e de Rodrigo Pacheco ao Senado. Com a eleição de Pacheco para a presidência daquela Casa, recebeu o convite para ser o diretor jurídico.
Zema e o Idene
É fato que a direção de órgãos públicos deve ser ocupada por profissionais que tenham competência para exercer a função. Entretanto, algumas particularidades devem ser observadas, como o de aliar a competência à vontade da região e de quem depende do serviço. Um exemplo é o Idene, que já fez parte de uma secretaria exclusiva do Norte de Minas. Hoje o órgão é dirigido por Carlos Alexandre, funcionário de carreira do governo do Estado, que apesar de bem avaliado não tem o sentimento sertanejo. Entendo que o governador Zema, ao extinguir uma secretaria do Norte de Minas, deveria ter recompensado a região com indicação de gente da terra para direção do Idene.
Carlos Viana
Fica fácil perceber que o senador Carlos Viana, que deve deixar o PSD para ficar em condições de disputar o governo, não está encontrando espaço para emplacar seu nome. Está faltando a ele a chamada “embocadura política”. Posteriormente explicaremos.