Os fatos e manifestações pós-eleição demonstram de forma clara que literalmente estamos sentados num barril de pólvora. O próprio fato do presidente eleito, Lula (PT), afirmar que vai rever o estatuto do desarmamento, o que nos permite afirmar que somente os bandidos continuarão portando armas, deixa principalmente o proprietário rural apreensivo e preocupado. O mais grave é a fala do ex-presidente do PT, José Genoíno, que propõe o fim da tutela militar sobre o Estado, reforma do currículo militar, com fim dos colégios militares e reorganização ampla das Forças Armadas sob comando político. O mais grave é a proposta de integração sul e latino-americana por uma força autônoma. O mais triste é que as Forças Armadas se calam diante de tanta afronta.
Forças Armadas
Como jornalista, não seria prudente que me posicionasse a favor ou contra a intervenção militar diante da realidade do país antes e pós-eleição. Entretanto, as movimentações exigem que as Forças Armadas tenham o dever e a obrigação de se manifestar, principalmente após ameaças de mudança na estrutura destas instituições. Não é nenhum segredo afirmar que certamente dentro da estrutura das Forças Armadas existem oficiais favoráveis à proposta. O temor é que amanhã o futuro Governo decida também desarmar as corporações, levando-nos a acreditar que estes defenderão o nosso país armados com estilingues.
Greve Geral
Nossas autoridades, principalmente os integrantes do Congresso Nacional estão fechando os olhos para o momento do país e se preocupando apenas em negociar espaço no próximo Governo. Estão tapando os ouvidos para as ameaças de greve e principalmente a paralisação de atividade por parte de empresas importantes ligadas à produção no nosso país. Os manifestantes que estão nas ruas, bem como o posicionamento de setores do empresariado, mostram que não estão blefando. A demissão de funcionários e o risco de saques também não estão descartados. O mais triste é que a origem do caos e os responsáveis assistem a tudo e continuam colocando lenha na fogueira para implantar um sistema que a população não deseja.
Centrão
Apesar do grupo de direita ter elegido dois terços do Congresso Nacional é fato que mesmo antes do presidente eleito, Lula (PT), assumir, já vai chegar podendo contar com maioria nas duas casas. Como já era esperado, a direção destes partidos já negociam cargos em troca de apoio. Infelizmente perdemos a esperança de um dia poder contar com um Parlamento independente, que apresente propostas e vote somente naquilo que é de interesse da população e não de quem está chefiando o país.