Dentro de uma análise eminentemente técnica, hoje é possível dizer que, em termos de articulações, somente a candidatura do presidente Bolsonaro avançou nas negociações com agremiações consideradas médias e grandes. Na embarcação do candidato Lula (PT), entre os partidos da prateleira de cima, até agora definiu apoio apenas do PSB, que entra na coligação com o vice Geraldo Alckmin, e o Solidariedade. É importante explicar para os leitores que as articulações na esfera federal é que definirão, inclusive, os apoios no Estado.
Kalil na corda bamba
Nesta semana, o assunto principal nos corredores da Assembleia Legislativa de Minas foram as articulações que vêm acontecendo nos bastidores e que poderão virar a disputa eleitoral em Minas de cabeça para baixo. O próprio pré-candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD), que em um primeiro momento recebeu as bênçãos do presidente nacional, Gilberto Kassab, hoje se encontra em situação desconfortável. Primeiro, que o seu partido é uma comissão provisória e não oferece garantia de permanência da atual direção. Segundo, que o atual senador e pré-candidato Alexandre Silveira está mais próximo de Bolsonaro (PL) do que do próprio Lula. Se não bastasse, deputados do partido estão divididos no apoio majoritário seja na União, seja no Estado.
Aliança com Lula
Em entrevista à imprensa na quarta-feira (11), o pré-candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) comentou que ainda espera constituir uma aliança formal com o ex-presidente Lula (PT). O certo é que tal decisão não depende somente dele. Vão valer os interesses maiores da cúpula nacional do partido. Aliás, no Congresso Nacional circula a informação de que a maioria dos integrantes do partido não quer caminhar com o PT e que o próprio senador Alexandre Silveira, mais uma vez, nesta semana, foi convidado a ocupar a função de líder do governo no Senado, em substituição ao também senador do PSD Carlos Viana, e ficou balançado.
Resumo político
É preciso lembrar sempre que análise política só serve para o momento e uma vírgula fora do lugar altera todo o processo. Agora mesmo, a leitura do quadro político em Minas é de que o futuro dos pré-candidatos Kalil (PSD), Zema (Novo), Carlos Viana (PL) e do deputado Marcelo Aro (Progressista) depende da decisão da cúpula nacional pessedista. Se o partido fechar alinhamento com a candidatura do ex-presidente Lula (PT), poderá provocar leve turbulência entre os parlamentares. Se a opção for pelo apoio à candidatura do presidente Bolsonaro, a mudança na estrutura da disputa majoritária no Estado será por completo, já que Viana pode deixar de ser candidato, Aro volta a ter chance de ser vice de Zema e a candidatura de Kalil se complica.