Aldeci XavierJornalista, articulista, analista político e empresarial | aldecixavier@gmail.com

A hora da verdade

Publicado em 01/10/2022 às 00:30.

Sempre expliquei para os leitores que cada eleição conta a sua própria história, mesmo os protagonistas sendo os mesmos. Este ano, além da polarização entre dois candidatos, a interferência externa de vários setores – incluindo a própria imprensa e suas empresas- nos leva a concluir que só saberemos as verdades dos fatos após a abertura das urnas. Até lá, tudo pode acontecer. É provável que muitos atores do processo sejam desmascarados. Outro risco é que após o resultado, a questão seja resolvida no “tapetão”.
 
Debate
Tive o cuidado de assistir o debate da Rede Globo com os candidatos à presidência. Ao contrário do que imaginávamos, a condução foi eminentemente técnica. Uma pena que o horário e o pouco interesse do eleitorado impediram que indecisos pudessem acompanhar. O assunto somente não “morreu ” porque militantes interessados – de esquerda e de direita – cuidaram de viralizar trechos, de acordo com a conveniência de cada um.
 
Autoconfiança
Numa análise rápida do debate, ficou claro que a autoconfiança fez com que os candidatos Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) não se prepararam para ataques. Certamente imaginavam que o alvo central seria Bolsonaro (PL), a exemplo dos debates ocorridos nas outras emissoras de TV. O resultado é que o alvo das críticas, ataques e acusações acabou sendo Lula, que apenas teve como aliada a senadora Thronicke – que também foi colocada de saia justa pelo padre Kelmon (PTB) e por Bolsonaro.
 
Felipe D’Avila
O candidato do Novo, Felipe D’Avila, compôs cenário sem se comprometer, mas com tendência maior de apoiar as propostas da direita.
 
Ciro Gomes
Ciro Gomes (PDT) mostrou vasto conhecimento das questões do país e ainda manteve o equilíbrio de sempre. Foi um dos poucos a apresentar propostas. Quanto aos concorrentes, manteve sua metralhadora virada para Lula, fazendo denúncias gravíssimas.
 
Padre Kelmon
O candidato do PTB fez o papel de proteger Bolsonaro e atacar os adversários. Como não tinha nada a perder, acabou tirando Lula do sério.
 
Lula
Ficou evidente que Lula não se preparou para enfrentar as críticas dos concorrentes. Diante dos ataques, se limitou a tentar desmentir as acusações, o que o impediu de expor as suas ideias.
 
Bolsonaro
O presidente foi preparado para os ataques e acabou sendo beneficiado com a postura dos adversários, que colocaram Lula como alvo das críticas.

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