Foi na década de 1950. Uma época de céleres acontecimentos, dentre eles a morte do presidente da República Federativa do Brasil, o senhor Getúlio Vargas. Foi um acontecimento que se deu em 24 de agosto, deixando o país sobressaltado e muito abalado.
Mas vieram outros acontecimentos entre os quais a edição da Revista Nosso Amiguinho; uma literatura infanto-juvenil editada pela primeira no Brasil sob os auspícios da CPB (Casa Publicadora Brasileira), Tatuí São Paulo.
É uma literatura riquíssima, uma revista mensal donde constam: histórias, poesias, curiosidades as mais diversas, com personagens, que levam os leitores a raciocinarem e a se direcionarem nas veredas da literatura.
No livro Why Read (Por que ler), Mark Edmundson afirma que “a leitura é a segunda chance que a vida oferece para nosso crescimento pessoal”.
E Henry Ford disse certa vez: “um homem que não lê está na mesma situação de um homem que não sabe ler.”
Hoje vejo crianças apáticas que precisam voltar a pular corda, brincar de Amarelinha, de Esconde-esconde, bola de gude e pião; além disso, como essas brincadeiras são feitas em grupo, colaboram com a sociabilidade das crianças.
Tudo bem que uma vez ou outra a criança use jogos eletrônicos. Eles também desenvolvem o raciocínio. Mas valorize essa criatividade, que a criança já possui naturalmente, mas que o ambiente que está vivendo hoje não lhe favorece dar vazão a essa criatividade. Estamos confinados a um espaço muito limitado físico-mental e emocionalmente.
A memória do homem é tão fantástica e complexa que difere de tudo que ele cria. Uma máquina, por exemplo, quanto mais usada, mais desgasta. O cérebro quanto mais usado, melhor fica. Deve-se dar à criança a oportunidade de ter o prazer da leitura.
Quero falar-lhes de um livro que acho ótimo! Até porque ele concorda comigo, diz coisas que digo há muito tempo: COMO UM ROMANCE é o título dessa obra premiada do escritor e professor francês Daniel Pennac, no qual ele conta sua experiência de professor de Literatura de crianças e jovens na França. E cito aqui a primeira linha do primeiro capítulo desse livro: “O verbo ler não comporta imperativo, qualidade que compartilha com outros dois – o verbo amar e o verbo sonhar” ...Não se manda amar e não se manda sonhar. E não se manda, não se deve mandar ler. Deve-se deixar ler. Ler deve ser um ato espontâneo, voluntário, prazeroso.
Comecei a ler a Revista Nosso Amiguinho aos nove anos de idade; e com ela despertou-me o gosto pela leitura, o amor pela recitação de poesia e a valorização daquilo que realmente faz a diferença em nossa vida: envolver-nos com a leitura de forma cabal e constante.