Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

MARCO ZERO DE MONTES CLAROS

Publicado em 17/11/2023 às 08:16.

Marco Zero é a localização onde se dá a fundação de uma cidade.
A Praça Doutor Chaves, ou popularmente chamada Praça da Matriz é o Marco Zero de Montes Claros, pois foi bem ali onde nasceu Montes Claros.
A Praça Doutor Chaves é cercada pelo Departamento dos Correios e Telégrafos, que entrega encomendas, cartas e telegramas de um lugar para outro sendo perto ou longe; é ladeada também pelo Palácio Episcopal, ali bem ao lado do Centro Cultural, onde funcionou por muito tempo a Prefeitura Municipal , até que mudaram-na para o prédio do Colégio Diocesano, onde hoje funciona o Bretas Super Mercados na Avenida Coronel Prates; os casarões antigos , ainda tem alguns como recordação da antiga cidade, e, que foram tombados para preservar a história: o Casarão dos Oliveiras, a cxasa de Dulce Sarmento na Rua Justino Câmara esquina com a Coronel Celestino, onde funcionam a Academia Feminina de Letras de Montes Claros e o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros; ali encontramos também o antigo prédio, onde funcionou a Escola Normal, ali eu estudei da 1ª à 3ª série ginasial, hoje fala-se do 6º ao 8º ano, e, lá está o Museu Regional e encontra-se ali também o Solar dos Maurícios. 
Emoldurando a Praça temos a igreja da Matriz de nossa Senhora e São José , onde vivemos como alunos da Escola Normal momentos indeléveis e incontestáveis na presença da professora Dulce Sarmento e do professor José Amâncio, nosso também professor de Latim.
Ela nos ensaiava para a cerimônia da páscoa e ao som do piano tocado por ela , nós cantávamos num grupo de alunos , que mais parecia uma plêiade de anjos enchendo aquele recinto sacro de beleza musical.
“Companheiros, companheiros pra frente
Para frente para a frente para a luz
Pois a Escola do presente 
Ao futuro ao futuro nos conduz”.
Dona Dulce teve o encantamento pela música. Penso que as árvores, e postes, e cercas, e muros cantariam ao som de seus acordes.
Mas a Praça da Matriz nos reserva mais.
Era ali onde aconteciam os nossos encontros com os colegas: os colegas e as colegas.
Ali assentados nos bancos nós tirávamos dúvidas das aulas de Matemática do professor Valdir Rameta, ou das aulas de Português de dona Rosita Aquino, ou das aulas de Geografia e História de dona Neize Melo Franco ou de dona Neide Melo Franco, respectivamente; ou das aulas de Latim do professor José Amâncio ou para comentarmos a braveza de dona Taude, Maria de Lourdes Oliveira, professora de Desenho. As aulas de Música com dona Dulce Sarmento e Trabalhos Manuais com dona Zorilda Madureira eram indiscutíveis. Eu amava!
Mas aqueles encontros assentados nos bancos ou perto do coreto, ou mesmo dentro da igreja eram evasivas para estarmos aconchegados uns aos outros trocando ideias e risos e experiências infidáveis. Até nos esquecíamos do retorno ao lar.
Que Praça benfazeja!
Naquele remansoso lugar nunca fomos órfãos do conhecimento; ela nunca nos negou o aconchego da segurança, nunca nos deixou no porão da orfandade negando-nos a fé, a esperança e a paz.
Hoje aquela praça nos remete a um tempo buliçoso , desvestido do engano, onde passávamos como que passeando em conversa despretensiosa e sem o assédio do mal.
Quando ouço falar do marco zero que dá origem à fundação de uma cidade, eu penso então que seria ali mesmo o marco zero de Montes Claros, de onde os sinos da matriz convidam os fieis à oração e os casarões anunciam os habitantes daqueles idos inculcando a cultura e preservando um passado com seus valores e riquezas inamovíveis plantados por homens , que amam e integram a nossa querida Montes Claros. 

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