E o que você não fez poderá fazer agora! E por que não?
Minha irmã, Erina, observou-me desconfiada enquanto eu embrulhava um aparelho de CD, novinho em folha, num brilhante papel de presente.
“Você acha necessário embrulhar um presente que está dando a si mesma?”
“ Não é para mim, é para a Jane”, explodi numa risada.
“Ajude-me a entender isso”, disse Erina. “Você trabalhou o verão inteiro cortando grama para poder comprar esse aparelho de CD e agora vai dá-lo de presente à Jane?”
Erina pode ser minha irmã mais velha, mas. às vezes. ela é um bocado tola!
“Esta é a beleza da coisa. A Jane ganhou a mesma quantia de dinheiro e vai me dar o mesmo presente!”
“ Vocês estão dando uma à outra o mesmo presente de Natal?”, perguntou Erina, revirando os olhos. “Por que não economizam o trabalho de embrulhar e cada uma fica com seu próprio aparelho de CD?”
Pirou... Apontei o dedo para minha própria cabeça e girei, fazendo aquele velho sinal que significa loucura. “ Porque assim fica muito especial. Todas as vezes que ouvir um CD, não vou pensar em ter suado em bicas no jardim do Sr. Paulo; vou pensar em Jane.”
Na véspera de Natal, após ter aberto muitos presentes de meus avós (só CD’s – foi a única coisa que pedi), peguei o presente de Jane para levá-lo à casa dela. O pacote era enorme, e eu tive que esforçar-me para caminhar na neve. Quando bati na porta de Jane, tive que me equilibrar para não cair.
“Oi ,Sara, entre!”, ela soltou um gritinho.
Coloquei o aparelho de CD na mesa, e olhei ansiosamente ao meu redor à procura do meu. Mas tudo que vi foi um pequeno pacote sobre a mesa com o meu nome escrito nele.
“Aqui está o seu presente”, Jane disse, timidamente, entregando-me o pacotinho.
Confusa, eu peguei aquela pequena caixa e rasguei o papel de presente. Dentro havia um pequeno porta-retratos com uma foto de nós duas.
Jane estava olhando atentamente para mim:
“Decidi fazer algo diferente”, explicou ela. “Espero que você não se importe.”
Em seguida ela arrastou um enorme saco plástico.
Sorri. Então era ali que estava escondendo o aparelho de CD! Ansiosamente enfiei a mão para tocar o que estava dentro, mas tudo que achei foram vários ursinhos de pelúcia. “Eu os fiz”, disse Jane. “Comprei o material para confeccioná-los com o dinheiro que cortei grama.”
Mas será que ursinhos tocariam meus CD’s?
Fomos para o orfanato. Eu lutando, desesperadamente, para não chorar. Meu Natal estava arruinado.
Quando coloquei o saco de ursinhos no chão, no meio do salão do orfanato e comecei a puxar ursinhos de pelúcia, imediatamente me tornei o centro das atenções. As crianças se juntaram ao meu redor. Senti um puxão na minha manga. Uma menininha olhou para mim com os olhos arregalados, querendo saber se era eu o Papai Noel. Disse que não, mas se ela gostaria de ganhar um ursinho; ela disse que sim e perguntou o meu nome. Eu disse Sara. “Então o meu ursinho vai se chamar Sara.”
Cada criança dava ao seu ursinho todo o amor que podiam ofertar. E eu, assentada num banco, olhava aquela crianças cheias de alegria a brincarem.
De repente, percebi que não me importava mais com o aparelho de CD!
O meu aparelho de CD foi aquele orfanato e cada CD eram aquelas crianças cantando a alegria de terem sido lembradas no Dia de Natal.
QUAL É O VERDADEIRO SIGNIFICADO DO NATAL PARA VOCÊ?