Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

Datas comemorativas

Publicado em 25/05/2023 às 19:18.

Muito interessante a ênfase dada às datas comemorativas; muitos não as apreciam; eu também tinha certa resistência até compreender que essas datas nos levam à reflexões saudáveis. Agora, por exemplo, no segundo domingo do mês de maio é o dia das mães. Uma data magnânima e digna de comemoração. São as mães ou pobres, ou ricas, diplomatas ou garis, professoras ou analfabetas, que guardam no peito um mesmo coração que ama incondicionalmente os seus rebentos.

A mãe é aquela que carrega os seus filhos nove meses no seu ventre, três anos no colo e todo o percurso da vida deles carregam-nos no coração; é aquela que visitada por um anjo, que vem lhe dizer a kms de distância como está o (a) filho (a) lá do outro lado; é aquela que chora as lágrimas que o filho não sabe chorar, aquela que sente as dores, que não consegue sentir.

Enfim é aquela mulher biônica, a mulher maravilha, a mulher de ferro, como dona Maria Rosa, a minha extremada mãe, que lavou, passou, cozinhou , arrumou e pariu num contexto que abrigara o preconceito, a discriminação em que a mulher não passava de um objeto de cama, mês, e banho.

Aquelas mulheres daquele passado doentio e funesto foram mulheres de fé, de resiliência e de coragem; eram como leoas na defesa de seus filhos e de seus valores morais. Que custasse dor, sangue, sacrifício, a mãe estrava ali.

Leio e releio uma história contada por Jones Gordon, O Imutável Amor Materno no livro Novas Ilustrações para todas as Horas, página 26 que ele nos relata assim:

“Como ainda ocorre em longínquas tribos esquimós, também no Japão, nos remotos tempos feudais, era de praxe uma atroz e inexorável prática. Quando uma mulher atingia setenta anos, passava a ser considerada como ônus, e fator improdutivo para a economia dos familiares. Então, era levada por um parente até o alto de uma montanha distante e ali abandonada, exposta às intempéries, à fome, à sede e à voracidade das feras. 

Muitos e muitos filhos tinham que cumprir essa penosa obrigação, sob pena de serem eles mesmos vítimas dessa bárbara condenação. Destarte, no cumprimento de tão despótica tradição, um rapaz saiu de madrugada com destino às montanhas, levando a mãe. Mas, enquanto galgava os caminhos escarpados, pedregosos e alcatifados de urzes, que dava acesso à montanha, observou que a mãe ia dobrando os ramos e galhos dos arbustos que se entrelaçavam nas margens da estreita vereda. O filho, intrigado com a conduta da mãe alquebrada, perguntou-lhe, com ternura, por que fazia aquilo. Ela lhe respondeu entre lágrimas: “Não quero, meu filho, que te extravies, quando regressares!”

O rapaz, diante dessa prova de supremo e inefável amor, voltou para casa trazendo consigo a exausta e debilitada progenitora, sem levar em consideração, contudo, as tremendas represálias que certamente teria que arrostar.

O inusitado e nobre gesto de amor filial, sem delonga, chegou aos ouvidos do imperador, e célere produziu excelentes frutos: eis que por meio de édito o monarca aboliu, para gáudio de todo o império tão abominável quão chocante e desumano costume.

Como eram discriminadas as mulheres, hein?! Fico feliz quando as mulheres se libertam e são libertadas. Dona Maria Rosa se libertou. Já no desfecho de sua história ela retomou uma vida social intensa, comprando e vendendo, costurando, dançando e como ela cantava bem! Que voz privilegiada ela tinha!

E mesmo com a vida social movimentada ela não deixou de ser a boa mãe cuidadosa com seus filhos. Mãe é assim, apesar de tantos afazeres e sofrimentos ela não perde de vista a tão linda maternidade!

Vivas às mães! Salve a maternidade!

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