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Célio Grunewald, o imortal trovador

Publicado em 19/09/2024 às 19:00.

Célio Belmiro Grunewald nasceu no dia 26 de agosto de 1923, numa casa na Rua dos Artistas, no então Morro da Gratidão, hoje Morro da Gloria, por coincidência, a mesma rua onde eu nasci.

Seus pais foram Pedro José Grunewald e Anair dos Santos Grunewald. Teve duas irmãs: Sonia e Nanci 

Seus primeiros estudos foram feitos no Grupo Escolar Delfim Moreira (Grupos Centrais) e o antigo ginasial primeiramente no Instituto Bicalho e depois no Colégio São José. Estudou Jornalismo, mas se formou em Ciências Comerciais e Contábeis, pelo Escola Técnica de Comércio Machado Sobrinho.

Iniciou-se na literatura, aos 14 anos, pelas mãos do jornalista e poeta Théo Sobrinho, de quem recebeu as primeiras noções de métrica, tendo por grande incentivador o médico e poeta Paulo Japyassu Coelho. A partir daí passou a colaborar com vários órgãos de divulgação cultural. 

Foi um dos fundadores da revista PASTORAL, editado pelo Grêmio de Intelectuais Juiz-foranos, nos idos de 1948, exercendo as funções de colaborador efetivo e diretor-secretário. 

Em 1951, publicou o livro QUATRO CAMINHOS, em parceria com os poetas Cid Andrade, Jacy Pacheco e Lourival Passos. Sonetos e Poemas.

Criou também nesta época um programa lítero-musical chamado LETRAS E ARTES DE NOSSA TERRA, em parceria com o poeta Almeida Júnior.

Na década de 60 passou a se dedicar a trova, pertencendo ao NUME e à UBT-JUIZ DE FORA e obtendo sucessivas e importantes classificações em Concursos de Trovas e Jogos Florais por todo o Brasil. Depois, na década de 70 até início dos anos 80, enquanto a UBT esteve desativada na cidade, era em torno dele que os trovadores se reuniam em tertúlias literárias, regadas a café e guloseimas preparadas por minha tia Ilva. Graças a estes encontros, ressurgiu das cinzas a UBT Juiz de Fora. Reconhecendo esta importância, a UBT lhe homenageou como Presidente de Honra e Patrono dos Jogos Florais.

A Praça dos Trovadores – em frente à Igreja de São Roque – tem gravada em seu monumento a seguinte trova:

“A semente que germina/ e fura o solo fecundo/ mostra a presença divina/ nas coisas simples do mundo”

Em 1983, quando a Academia Juiz-forana de Letras foi fundada por Wilson de Lima Bastos, foi convidado a ocupar a cadeira número 07, cujo patrono é Oscar da Gama. Cadeira esta que hoje ocupo com muita honra.

Em 1985 recebeu o título de Cidadão Benemérito da Câmara Municipal de Juiz de Fora e hoje empresta seu nome a uma rua no bairro Nova Benfica – Rua Poeta Célio Grunewald.

Em 07 de outubro de 1991, seu coração de poeta deixou de bater; embora ele continue vivo através de sua invejável obra e do primor com que escreveu suas lindas trovas.

Sendo o mês de julho o mês do trovador em homenagem ao considerado Príncipe da Trova Gilson Castro, que se tornou Magnífico Trovador no triênio 1972/73/74 respectivamente com trovas de refinado gosto; ao mesmo tempo precisamos considerar e enaltecer a figura desse mineiro Célio Grunewald, Grande Trovador Imortal , que influenciou o seu sobrinho Arlindo Tadeu Hangen, conferindo-lhe a honra desta herança literária preservando a sua memória para os seus descendentes e as gerações vindouras.

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