Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

A despedida dos palcos

Publicado em 18/11/2022 às 03:05.

“Quando o amor avassala a alma, não importa quem é quem, mas quem será”.  Terezinha Campos
 
Maria do Carmo, a Carminha, mineira de Juiz de Fora, na primeira metade do século passado foi tentar a vida no Rio de Janeiro. Carminha trabalhava como empregada doméstica numa pensão na Tijuca. No início de 1942 apaixonou-se por João, um condutor de bondes. Grávida, Carminha deixou o emprego e foi morar na favela Barreiro do Vasco.

Quando o menino nasceu ela recebeu a visita da ex-patroa dona Augusta, proprietária da pensão. Comovida com a miséria do lugar em que a família vivia com o bebê, dona Augusta convidou Carminha para morar naquela pensão da Tijuca.

Carminha aceitou, mas pouco tempo depois caiu de cama, acometida por tuberculose. Temendo contagiar o filho pequeno, deixou-o com a patroa e voltou à cidade natal para se tratar. Carminha morreu em 1944 aos 26 anos de idade. Seu único filho foi adotado pela filha da dona Augusta, Lília Silva Campos. Lília mudou-se para a cidade de Três Pontas (MG). O menino cresceu embalado de amor por todos os lados. Seu nome é Milton Nascimento. (Empório Dermato).

Sobre Lília, a sua mãe adotiva, ele diz que não há letra, que a descreva.
O amor transforma vidas.

Milton Nascimento é cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos músicos da MPB. Carioca de nascimento, mas mineiro de coração, tornou-se conhecido nacionalmente com a canção “Travessia”, composta por ele.
Com uma letra que evoca a liberdade e a fé na juventude, “Coração de Estudante”, um dos maiores sucessos de Milton Nascimento, se tornou um hino, que embalou parte da história política do Brasil e marcou a memória de muitos brasileiros.

“Coração de Estudante” é uma música com uma mensagem que reforça a esperança no poder da juventude e representa, também, a vontade de liberdade cada vez maior do povo brasileiro. “Coração de Estudante” traz em seus versos o sofrimento da repressão e clamor de um artista por momentos melhores alcançadas apenas pela esperança das gerações vindouras: 

“Quero falar de uma coisa. Advinha onde ela anda? Deve estar dentro do peito. Ou caminha pelo ar. A folha da juventude. É o nome certo desse amor. Já podaram seus momentos. Desviaram seu destino. Mas renova-se a esperança. Coração de estudante. Há que se cuidar da vida. Há que se cuidar do mundo. Tomar conta da amizade. Alegria e muito sonho. Espalhados no caminho. Verdes, planta e sentimento. Folhas, coração, juventude e fé”.

No dia 13 de novembro, domingo , Milton Nascimento fez o show de encerramento de sua carreira despedindo-se dos palcos: por que foram muitos. Tantos... Quantos?  

O Mineirão sustentou o seu palco de despedida com sessenta mil pessoas, sessenta mil fãs, que devem ter despedido, chorado e cantado as lindas canções que enternecem a alma!

Mas suas apresentações continuarão nos palcos de nossas vidas: em nossas mentes e em nossos corações, alertando-nos para acordarmos para a vida.
 
GRANDE MILTON NASCIMENTO!!!
(www.musica.com/letras.asp?letra=2453598 )

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