Li um artigo do professor Nicomedes Almeida, publicado no Jornal de Notícias, no mês de abril, que muito me impressionou; tinha como título Para gostar de ler. Ali, ele comentava sobre os seus alunos no ensino médio, que liam autores de todos os estilos de época e daqueles do 3º ano, que liam as obras marcadas para o vestibular, porque ele as pediria em prova. Depois de seus comentários sobre a leitura e do que fez dele um professor de Literatura, num momento de tristeza e pesar ele faz uma declaração constrangedora: ”Mas tenho pena das gerações vindouras. E os grandes escritores estão condenados a cair no esquecimento”. E conclui: É uma pena!
Parar de ler ou não ler, é comprometedor, pois ler contribui para o desenvolvimento da escrita, o enriquecimento do vocabulário, a fluência no expressar. Através da leitura, caminha-se longas distâncias, convive-se com várias pessoas, penetra-se em mundos diferentes no conforto da privacidade.
O meu gosto pela leitura nasceu da leitura de poesias, do canto, do ouvir e ler histórias, no chamado Curso Primário. Conheci bem a poesia de Henriqueta Lisboa, Marieta Leite, Antero de Quental, Olegário Mariano, Francisca Júlia, Castro Alves, Olavo Bilac e tantos outros. Foi aí que me despertou a paixão por Olavo Bilac, o poeta de minha infância: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac.
Lá no Ensino Médio, os sonetos entraram em minha vida e nela fizeram morada. E começou os meus encantos com o parnasianismo e me deparei com Olavo Bilac, o poeta parnasiano, eleito pelos seus contemporâneos, o príncipe dos poetas brasileiros
O Parnasianismo foi, entre as tendências da poesia pós-romântica, o estilo de época que alcançou maior popularidade e número de adeptos no Brasil, tanto do ponto de vista de produção quanto do consumo. Parnaso, nome que dá origem ao novo estilo, denomina uma região que, segundo a mitologia grega, era habitada por poetas.
Os principais escritores parnasianos do Brasil foram: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, príncipe dos poetas brasileiros; Raimundo da Mota Azevedo Correia, membro fundador da Academia Brasileira de Letras; Antônio Mariano Alberto de Oliveira, outro príncipe dos poetas brasileiros que foi também membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
O estilo parnasiano tem como sustentáculo três elementos: o Realismo, o Universalismo artístico e o Esteticismo. Dessas três linhas mestras, decorrem as características temáticas e estilísticas, assim como a ideologia parnasiana, tais como: objetividade, emprego de palavras raras e incomuns, perfeição na metrificação e nas rimas, utilização da sintaxe mais próxima do Português de Portugal e assim por diante. Vale a pena pesquisar. Sou apaixonada pela leitura, pela escrita e pelo Parnasianismo.
E então professor Nicomedes será que os alunos hoje se apaixonariam pelo Parnasianismo ou por alguma outra escola literária, com toda a sua beleza e riqueza incontestáveis, aprimorando a sua escrita e enriquecendo conhecimento? Se não, faço minhas as suas palavras: “É uma pena.”