Ser escritor é familiarizar-se com as letras, que dão origem às palavras, que dão vida às frases produzindo o texto.
As mãos que deslizam a caneta são como mãos da bordadeira, que desliza a agulha com os fios dourados da sabedoria e da imaginação vai reunindo os pontos do saber e surge um bordado para admiração dos que apreciam essa arte; assim é o escritor ; no deslizar da caneta sob o comando do cérebro vai construindo um texto e a partir da sensibilidade e do discernimento, de repente para sua própria admiração surge um texto como uma colcha de retalhos ou um tapete de cores variadas onde é feita a leitura segundo a interpretação de cada leitor ou o estado emocional.
Há textos que agradam a todos, há alguns que às vezes não agradam. E é aí onde reside a ousadia do escritor: escrever para todos os leitores quer alcance mérito ou não daqueles que lerão a sua obra. A leitura é como uma terapia constante na vida do leitor assíduo; por isso o escritor está sempre expondo suas ideias através da escrita para aliviar o tédio, dissipar a angústia, desfazer as tristezas, que vez por outra nos visitam.
Sou leitora e sou escritora. Gosto de ler e amo escrever. O escrever está no ler e é na leitura que exercito a escrita. Quando escrevo vou me despedindo dos fardos, que me incomodam. E quanto mais escrevo mais desejo extravasar de minha alma as dores e dissabores.
Cada ponto dado, cada forma desenhada é um convite para o leitor se desvencilhar dos desgostos atrozes. Esta a missão do escritor!
Eu me sinto proporcionando uma festa cada vez que publico um livro; e participo da festa sempre que pego um livro e faço uma leitura minuciosa e atenciosa; é como se uma taça de sorvete fosse oferecida e eu degustando-o lentamente sentindo o gosto de cada palavra, no prazer de cada mensagem na qual eu me encontro saciando a minha fome literária.
Gosto da leitura que me toque o coração, que me fomente o espírito e que me desperte o ânimo e a coragem para o enfrentamento dos desafios com que me deparo. Nesse mundo aterrador somos protagonistas de histórias constantes para as quais devemos estar preparados físico-mental-emocional e espiritualmente.
Sou construtora da escrita que desperta no leitor a vontade do ler e do escrever. E vejo na leitura e na escrita elementos libertadores dos cárceres, que nos aprisionam, pois, todos nós somos de alguma forma prisioneiros de alguma amarra e quem sabe não será na escrita ou na leitura, que encontraremos a libertação; a palavra tem de vir para ficar em nós, tornando-se parte de nosso pensar, influenciando nossas ações, determinando nossas atitudes; a palavra é um fator com o qual temos que contar em todos os aspectos da vida. E nós nos familiarizamos com ela através da escrita e da leitura.
É na leitura que nasce a inspiração
É no ler que o saber desponta
É sábio aquele que a cultura busca
É culto aquele que a sabedoria encontra.