Montes Claros sempre foi uma cidade, embora provinciana, com muita tendência para a cultura.
A Escola Normal hoje chamada de Escola Normal Oficial Professor Plínio Ribeiro, era bem ali atrás da Matriz, onde hoje é o Museu Regional. Ali estudavam meninos e meninas, adolescentes e jovens com o Ensino Fundamental e o Ensino Médio formando as moças no Curso de Magistério; tínhamos também o Colégio Imaculada Conceição, que também administrava os mesmos cursos, inclusive com o internato , em que muitas jovens vinham das cidades interioranas para morarem e estudarem naquele Colégio; foram surgindo outros educandários como o Colégio Marista São José, a Escola Estadual Professora Dulce Sarmento, a Escola Polivalente e tantas outras escolas estaduais e municipais. As ruas de Montes Claros sempre estiveram repletas de estudantes, indo e vindo da escola, até que surgiram os carros, as lambretas e bicicletas e já diminuíam os alunos caminhando rumo à escola.
Foi uma grande vitória quando as ruas de Montes Claros tornou-se uma passarela, onde os alunos do Curso Superior para a FUNM e FAFIL.
Eitaaaa!!! Montes Claros tornava-se uma cidade universitária. Muitas pessoas vinham das cidades vizinhas para fazerem seu curso superior garantindo o seu lugar de trabalho.
Nós que valorizamos a formação de professores e entendemos , que preservar a memória histórica é uma forma de garantir a construção de nossa identidade para não nos perdermos de nós mesmas e honrar a todos e todas, que nos antecederam, sonharam , projetaram e empreenderam a ações individuais e coletivas temos muito o que aplaudir e reconhecer.
Na história das licenciaturas, as Meninas da Fafil, como são carinhosamente conhecidas as professoras fundadoras da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras tiveram papel decisivo na região norte mineira. Assim, na celebração dos Cursos de Pedagogia, Letras, História e Geografia, Isabel Rebello de Paula coordenou a criação da Fafil e esteve à frente da instalação da licenciatura em História, contando com a colaboração de Tabajara Pedro, professor da UFMG, e assumindo a faculdade como sua primeira diretora.
Precisamos também declinar as professoras Maria Isabel de Magalhães Figueiredo, a Baby Figueiredo; Maria da Consolação de Magalhães Figueiredo, a Mary Figueiredo, participaram da fundação da Fafil e coordenaram a instalação do Curso de Letras; Maria Florinda Ramos Marques e Maria Dalva Dias de Paulo, trabalharam na instalação dos Cursos de Geografia e História para formação de professores na região norte-mineira.
Honrar estas mulheres pioneiras, é pensar como Le Goff (2003, pág 471) que “a memória na qual cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir ao presente e ao futuro”.
OBRIGADA CARÍSSIMAS PROFESSORAS!!!