Drikka Queiroz

Mulheres na medicina

Publicado em 22/03/2023 às 20:00.

(arquivo pessoal)

(arquivo pessoal)

 Março segue sorrindo, o Mês da mulher. Mulheres são únicas e merecem ser homenageadas todos os dias e em qualquer situação. Mas especialmente neste mês, sua existência deve ser recordada e admirada por todos. Feliz mês de março – o mês de todas as mulheres. É preciso reconhecer a coragem, a força e a sensibilidade com que uma mulher.

Nosso abraço a médica Mariana Mendes, com que batemos um papo nessa semana e, em nome delas, que exercem seu ofício em Montes Claros, região e outras cidades do Brasil, parabéns, pelo destacado papel na elevação do bom nome da Medicina. 

Merecem, assim, a nossa reverência nesta data.

A todas, um trecho do poema “Esta é a tua safra”, de Cora Coralina (1889-1985): “ Se souberes viver, aproveitar lições, escreverás poemas. Teus cabelos brancos serão bandeiras de paz. E viverás na lembrança das novas gerações. Esta é a tua luta. Esta é a tua safra”.

Mariana Mendes Nunes, nasceu em Montes Claros. Mora em Belo Horizonte há três anos. 
 
Como foi sua trajetória na medicina?
Formei em Paracatu-MG no final do ano de 2013. Meu primeiro emprego foi na cidade da Salinas -MG, cidade pela qual sou imensamente grata. O convite surgiu de uma amiga muito querida, também médica, chamada Grace Kelly. Formamos indecisos no caminho a iniciar o percurso da vida profissional e essa minha amiga foi um anjo enviado dos céus. De lá pra cá foram duas especializações: Medicina da família e Dermatologia. Duas residências médicas: Ginecologia / Obstetrícia e Mastologia. E uma infinidade de cursos, congressos e inúmeros desafios. Torna-me a Mariana de hoje não foi tarefa fácil. Foi preciso resiliência e persistência.
 
Sempre sonhou em ser médica?  
Não. Mas já cogitava a possibilidade até o dia que eu perdi minha madrinha, foi a perda mais sofrida da minha vida, porque a minha falta de conhecimento médico me deu uma sensação de impotência imensa. Desde esse dia, decidi que seria médica. E foi por isso também que ampliei meu conhecimento médico em várias áreas da medicina até escolher a saúde da mulher para me dedicar.
 
Em sua opinião quais os principais desafios da atuação médica do país? A desvalorização da figura médica no amplo sentido da frase, incluindo a desvalorização financeira, principalmente dos médicos especialistas das áreas básicas e nobres. Vejo inúmeras pessoas desvalorizando a medicina tradicional, com a justificativa de que prevenir é a melhor escolha. Obviamente que prevenir é uma excelente opção, mas não podemos nos esquecer de que mesmo diante da prevenção, ainda sim qualquer um de nós vai ficar doente e vamos precisar nos curar. Foram anos de evolução, anos de dedicação de professores e pesquisadores e isso não pode e não deve ser esquecido ou substituído. 
 
Com a rotina atribulada como conciliar vida profissional e familiar?  
No período de faculdade e residência médica de mastologia aqui em BH, foram épocas que estive ausente nos eventos familiares, mas desde então, tento me organizar ao máximo e equilibrar os pilares da vida: Pessoal, profissional e espiritual e assim ter o sucesso tão almejado por todos nós. 
Qual conselho você daria para quem vai fazer medicina? Meu conselho é praticar a resiliência, aceitar que a cada dia mais desafios vão se criando no nosso universo médico e é preciso se adaptar. Escolha bons e verdadeiros mentores. Seja paciente. O tempo é o melhor funil da excelência. Escolha bem o conteúdo consumido nas redes sócias. Faça o bem, o resto vem.
 
Ainda há poucas mulheres na medicina? 
Estamos no caminho de igualarmos médicos e médicas no país. A previsão é que isso aconteça ainda em 2024. Uma vitória para nós todas. 

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