“E se tirar as cores das Festas de Agosto, o que sobrará?”. Essa foi a pergunta que a fotógrafa Carla Arruda se fez, quando foi trocar o filme de 36 poses da Nikon F3 dos anos 80 que usava para registrar os catopês. Dessa forma, ela colocou na câmera um filme P&B e olhou para as Festas de outra forma.
“Vi sentimentos muito diferentes da pura alegria que as cores das fitas transmitem para quem vive e ama as tradições de nossa terra”, revela.
A exposição que segue no Museu Regional do Norte de Minas (MRNM), até o dia 25 de agosto, tem chamado a atenção pela proposta inovadora de Carla Arruda. São fotos tiradas em 2014 e que ficaram guardadas com ela durante nove anos. Essa é a primeira vez que estão sendo expostas.
Para a historiadora do MRNM, Karine Dias, quem já ousou imaginar Catopês, Marujos e Caboclinhos sem os seus coloridos?
“Carla conseguiu capturar este universo em preto e branco, mas sem perder a expressividade das formas, dos contrastes, do brilho e dos jogos de luz e sombra. Ela criou um passeio estético sobre as Festas de Agosto através de fotografias analógicas em preto e branco, que ficou imperdível”, conta.
Com curadoria de José Francisco Ornelas, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, Carla Arruda e o Museu expõem 30 fotografias que retratam uma camada de cultura do povo norte-mineiro que segundo ela, passa despercebida, escondida por trás das cores, fitas e alegrias das Festas de Agosto.
Sobre Carla Arruda
A fotógrafa Carla Arruda se apresenta há anos em sua bio nas redes sociais como uma comunicadora com problemas de articulação vocal, cozinheira alérgica, fotógrafa astigmática. Essa brincadeira expõe a criatividade e o desejo de abraçar o mundo que sempre esteve presente nela.
Carla Arruda, mulher trans, é a personificação da vontade de ser e fazer, e esses desejos explodem de tempos em tempos nas produções criativas.
Serviço
CATOPÊ & B
Exposição de Fotografias
Onde: Museu Regional do Norte de Minas -
Rua Cel. Celestino 75, até o dia 25/8
As fotos estão á venda.