Vi no WhatsApp um vídeo de 4m30s sobre o novo estádio do Real Madrid. É uma construção virtual impressionante, da maior grandiosidade, custo e tecnologia. Tudo naquele gigante funciona remotamente. Pensei tratar-se de uma utopia de funcionalidade e praticidade. O local serve para todas as diversões públicas existentes e futuras, com extremo conforto. A principal atividade é o futebol. Terminado o jogo, fatias imensas do gramado são arrastadas, descem ao subterrâneo onde são cuidadas como se estivessem na natureza. A perfeição humilha. Então, poderá haver no local, qualquer modalidade esportiva, shows, cultos religiosos e políticos. Parece tratar-se de uma maquete virtual, mas é uma reforma que já gastou R$4,8 bilhões.
Luiz de Aquino é jornalista e bancário aposentado e conhece bem História. De Caldas Novas, Goiás, é morador de Goiânia e acadêmico da Academia Goiana de Letras - AGL. Nós nos conhecemos na internet em 2002, depois mantivemos a amizade no Orkut, Facebook e WhatsApp. Conversamos sobre o vídeo.
-Tudo é verdade na reforma do Estádio Santiago Bernabéu na Espanha, - eu escrevi -, porém as cenas são “animação”. Os shows ainda não aconteceram, mas acontecerão. O Real Madrid planeja a inauguração para 23 de dezembro de 2023. Uma amiga comentou: “Muito bacana. Torço para que tenha público e torcedores educados e sem preconceitos...”
-Imagino os custos de conceito, projeto, construção e manutenção!! - opinou Luiz.
-Têm dinheiro demais e por isso compram os melhores jogadores do mundo.
-Isso reflete bem coisas como a concentração de renda, os preconceitos sempre explícitos, a arrogância... E a violência com que sempre agiram contra os povos da América. – escreveu meu amigo.
- Muito do que vemos ali saiu daqui da América. – continuei.
- Lógico! Exploraram-na por 300 anos.
- Retalharam o continente entre Portugal e Espanha, Luiz. Essa riqueza foi nossa, e agora humilham Vini Júnior. Ainda bem que ele é valente, tem brio, inteligência, coragem e dignidade para enfrentá-los. Os altos salários pagos a ele são um nada em relação ao que roubaram dos povos africanos na América.
- Os hispânicos trucidaram os astecas; numa só batalha, pegando os nativos de surpresa, dizimaram a população de 500 mil pessoas da Cidade do México (essa capital asteca ficava numa ilha, no meio de um lago circular (como também a ilha); O lago era uma cratera desativada há milênios, talvez. A partir dessa carnificina, a sanha assassina se multiplicou e repetiu-se nos Andes, eliminando também Incas e Maias. Mara, por aqui, Portugal seviciava as índias - adultas e crianças - e enganava os homens, escravizando-os desde o início do povoamento português até o ano de 1750, quando o Marquês de Pombal decretou o fim da escravidão indígena (os índios escravizados eram chamados de “negros da terra”).
- E ainda ficaram com fama de preguiçosos. – Contrapus.
- Sim! Os menos informados acreditam nisso - e, pior, propagam essa inverdade! - digitou Luiz.
- Agora o Ministério dos Povos Originários derrubará essa mentira. - finalizei.