Mara Narciso

Segurança Pública

Publicado em 30/12/2024 às 19:00.

Alguns veem a brutalidade e a letalidade policiais como ações justificadas para melhoria da Segurança Pública, e replicam: “bandido bom é bandido morto”. Outros estão assustados com a violência policial que tem se excedido em frequentes situações.

Em Santos, um homem de muletas foi morto pela polícia, que alegou troca de tiros. Nove meses depois, seu filho de quatro anos foi fuzilado pela mesma polícia na porta de casa, estando com sua mãe. O funeral foi acompanhado por policiais que, truculentos, intimidavam a família.

Em Barueri, um homem estava diante de sua casa com seu pai e uma moto. Militares pediram os documentos da moto e como estavam vencidos quiseram levá-la. O homem tentou colocar a moto para dentro. Os agentes da lei forçaram o portão da garagem, entraram, agiram de forma violenta contra gente desarmada, tentaram impedir uma pessoa de gravar a ação, e partiram para cima de mulher idosa, que sofreu um ferimento na testa, levou chutes e foi jogada ao chão. Qualquer brasileiro poderá um dia estar diante dessa polícia.

Em São Paulo, um homem foi parado pela blitz e desobedeceu, porque sua moto estava sem placa. Os policiais fizeram o homem descer, e um deles o jogou de cima da ponte. Alegaram estar em busca de moto roubada. O policial que jogou o cidadão foi afastado da corporação.

Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, pilotava sua moto sem capacete, na BR101 em Umbaúba, Sergipe, no dia 22 de maio de 2022. A Polícia Rodoviária Federal o mandou parar. Desceu rendido, foi jogado ao solo com uso excessivo de força, recebeu spray de pimenta no rosto, e, empurrado para a parte de trás da viatura, junto com uma granada de gás lacrimogênio, padeceu por onze minutos, até morrer por asfixia. Os três policiais foram condenados, por clamor da Opinião Pública, sendo o agente que jogou o gás, a 28 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado e os dois restantes a 23 anos de prisão.

Na Baixada Fluminense, um homem ia com a esposa e a filha a Niterói, para a ceia de Natal na casa de um parente. Uma viatura da Polícia Rodoviária Federal com três agentes veio por trás com o giroflex ligado, e o motorista inocente, foi para a direita, dando sinal para a polícia passar; os agentes de segurança desferiram 26 tiros sobre o carro da família. Uma bala atravessou o crânio de Juliana Leite Rangel, de 26 anos. Pareciam querer eliminar todos no carro. Quando perceberam o engano, não prestaram socorro.

Em resposta à violência, o Governo Federal elaborou um Decreto para regulamentar a abordagem policial, com câmaras corporais ligadas, armas não letais, negociações, sendo a arma de fogo o último recurso. Será lei não atirar em pessoa em fuga, que não mais ofereça perigo.

A polícia brasileira é a mais letal do mundo, sendo campeões os estados de São Paulo e da Bahia; ainda assim, a imprensa hegemônica e os Governadores Ibaneis Rocha do DF, Ronaldo Caiado de Goiás e Cláudio Castro do Rio são contra medidas de contenção. No entanto, a população pede por inteligência, treinamento, equilíbrio emocional e respeito aos direitos humanos.

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