Mara Narciso

Quando serão proscritos os alimentos ultraprocessados?

Publicado em 11/03/2024 às 19:00.

A Indústria Alimentícia não inventou a obesidade, mas a elevou a uma incidência proibitiva à saúde do ser humano. Os anos que a ciência trouxe a obesidade está tirando. "Muito além do peso" é um documentário de 2012, no qual a diretora cinematográfica Estela Renner obteve a aprovação de 67% da audiência; nele há um alerta sobre os riscos de mães sem recursos fazerem sacrifícios para dar aos seus filhos a comida falsa, mas que dá status, porque vem da fábrica. Ali há um desfile de crianças pobres e obesas, viciadas em alguns dos alimentos ultraprocessados. São eles: barra de cereal, cereal açucarado, chocolate, energético, bolacha recheada, salsicha, presunto, salame, mortadela, hamburguer congelado, bala, bolo em pó, doce, sorvete, iogurte, refrigerante, pizza congelada, sopa em pó, leite em pó, molho pronto e macarrão instantâneo.

Condenar esse tipo de alimento é importante para preservar a saúde das pessoas, evitando obesidade e doenças metabólicas como diabetes, esteatose hepática – o fígado gorduroso, aumento de colesterol e triglicérides, hipertensão arterial, infarto, demência e câncer.

No dia sete de março o presidente Lula da Silva assinou um decreto que amplia e altera o conteúdo da cesta básica, retirando da lista os alimentos ultraprocessados e colocando comida saudável. Essa mudança vem como estímulo, pois a população dá sinais nesse sentido.

As pessoas não são tão ingênuas quanto parecem e, mesmo de forma superficial, algumas informações se fixam. Vivemos um período único de comunicação: excesso de informação por um lado e notícia mentirosa do outro; nessa situação o fato não tem importância e sim a crença que cada um já tem sedimentada. A toda hora se é direcionado para fake news, tão absurdas quanto patéticas. Tamanha exposição liquefaz o cérebro. Alguns confiam mais na informação suspeita, e por isso mesmo, sedutora, do que na verdade. Muitos têm procurado melhorar sua alimentação com comida de verdade, incluindo castanhas, verduras, legumes, frutas e peixes, tanto quanto possível.

Contêm elevado número de calorias, vários ingredientes, muito açúcar e sal, gordura saturada, poucas fibras, nutrientes, minerais e vitaminas, eis a definição de alimentos ultraprocessados, que, como o nome diz, passam por inúmeras etapas em seu preparo industrial.

Além da atração da propaganda que já foi abundante nos horários infantis, embalagens, aparência, cheiro, sabor e cremosidade são chamarizes viciantes. Os aditivos químicos dão ao gênero propriedades sensoriais atraentes. Alguns industrializados ostentam vários aditivos químicos: corantes, espessantes, emulsificantes, flavorizantes, acidulantes, umectantes, aromatizantes, estabilizantes, antioxidantes, realçadores de sabor, texturizantes e outras excentricidades.

Com todos esses riscos, quando o consumo dessas mercadorias será reduzido e a população solicitará às autoridades para encurralar a produção de guloseimas ultraprocessadas? Sair da lista da cesta básica foi o primeiro grande passo.

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