“Zico tá no Vasco, com Pelé/ Minas importou do Rio, a maré/ Beijei o Beijoqueiro na televisão/ Acabou-se a inflação/ Barato é o marido da barata/Amazônia preza a sua mata/ Pega na mentira, pega na mentira/ Corta o rabo dela, pisa em cima/ Bate nela”...
Erasmo Carlos Esteves e Roberto Carlos Braga.
Erasmo Carlos morreu, aos 81 anos, com síndrome edemigênica, no último dia 22 de novembro. Suas músicas mais antigas soam incompreensíveis para a nova geração. As mazelas brasileiras continuam, e vendo a lista de mentiras e seus personagens, pode-se ver que os jovens de hoje não sabem a importância de Zico, Pelé, Beijoqueiro, Castro Alves, Papai Noel, Sônia Braga e Lagoa Rodrigo de Freitas citados em “Pega na Mentira”.
Em “Close”, Erasmo Carlos disse que não, mas homenageia Roberta Close, uma mulher transexual belíssima.
“Quase que ela engana a minha zoom/ Seu pecado mais comum/ Uma pinta nos lábios carnudos/ E um par de seios fartos e desnudos/ Uma maravilha de pequena/ Carioca cena/ Super vitamina pros reflexos/ Tão complexos de ambos os sexos”.
Aproveito a partida de Erasmo para homenageá-lo, falando sobre a mentira.
No dia primeiro de janeiro, tomarão posse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros; os personagens que saem, acabarão esquecidos.
O errado é o certo, e a mentira é a verdade. É difícil lidar com a autoverdade, pós-verdade e a realidade paralela, que têm gerado delírio coletivo, mas é preciso nos acostumar com isso, já que o mundo virtual, assim como o real está impregnado de inverdades.
Mentira é o ato ou efeito de mentir; falsidade, fraude; afirmação de algo que se sabe ou se suspeita ser falso; dizer algo que não condiz com a verdade, com a intenção de ludibriar; não contar a verdade ou omitir algo verdadeiro; hábito, costume ou vício de mentir. Dizer o que não se pensa. Falsa aparência; impostura. Engano dos sentidos ou do espírito; erro, ilusão; afirmação ou negação inverídica dita por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade; informação enganosa ou controvertida.
Mentir sem piscar virou norma. Quando se vê, a mentira foi repetida tantas vezes que, mudando de estágio, é aceita como verdade inquestionável. O ser humano faz uso dela para fugir de um castigo ou tirar proveito do que fala, iludindo quem escuta. Não é fácil manter uma falsidade de pé por muito tempo.
“Pode-se enganar a todos por pouco tempo, pode-se enganar alguns o tempo todo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo”, disse John Fitzgerald Kennedy.
É mais fácil, por mais mirabolante que seja, acreditar na mentira que na verdade, em especial quando a verdade vai contra os interesses de quem a ouve. Esse mal se proliferou no mundo físico e virtual como eficaz arma na guerra e na política. A verdade, coisa difícil de existir em sua forma pura, não é aceita e o receptor agride o mensageiro, por estar impregnado de falsas verdades.
Como combater a mentira para reduzir seus prejuízos? Tendo credibilidade, dando crédito às crianças e ensinando a elas que mentir é feio.