Logotipo O Norte
Terça-Feira,19 de Novembro
Mara Narciso

Menos tempo trabalhado, por favor!

Publicado em 18/11/2024 às 19:00.

Quando se discute a PEC – Proposta de Emenda à Constituição 6X1, pela redução da jornada de trabalho dessa escala, situação em que se trabalha seis dias para se folgar um dia, para a escala cinco para dois, a semana inglesa, ou, em uma ousadia ainda maior, quatro para três, sem redução de salário, acontece um debate caloroso. Com tantas mudanças previstas, é preciso pedir mais dedicação das pessoas em sua relação com o trabalho.

A proposta da Deputada Federal Érika Hilton do PSOL encontrou apoiadores em todo espectro ideológico na Câmara dos Deputados, enquanto a rejeição é maior na extrema-direita que é contrária a pautas sociais em defesa da base da pirâmide social.

Os religiosos, trazendo o Gênesis, defendem que a proporção seis para um, em uso no Brasil para a maioria dos contratos de trabalho, é a melhor de todas, porque segue a Bíblia: “e no sétimo dia descansou”!

A esquerda, surpresa, vê que não agrada a maioria da população com conquistas atreladas ao trabalho formal: redução do desemprego, crescimento da economia, aumento do PIB previsto para 3,5% este ano, aumento real do Salário Mínimo, controle da inflação – no teto, melhores condições de trabalho, carteira assinada, FGTS, 13º salário, férias remuneradas mais um terço do último salário, seguro-desemprego, auxílio-doença, auxílio-reclusão, Bolsa Família, licença maternidade – quatro meses, licença paternidade – cinco dias e fim-de-semana remunerado.

O aumento do tempo de descanso preserva a saúde mental e física do empregado, com mais tempo para si, família e lazer, por isso a PEC é sedutora. Trabalhador satisfeito tem melhor produtividade, e o mercado de trabalho se abrirá.

Os cautelosos falam em redução progressiva das horas trabalhadas, até chegar ao ponto almejado. Os catastrofistas apelam ao pânico moral e garantem que a emenda, que precisa de três quintos de votos sim, em dois turnos pelas duas casas do Congresso Nacional, jamais passará por contrariar o capital. A oposição pergunta quem irá pagar a conta.

O efeito colateral da emenda é que traz à cena os direitos do trabalhador, todos eles considerados impossíveis, cada um em sua época, quando foram votados, e estão disponíveis. Espera-se que as pessoas vejam a importância dos partidos progressistas nas conquistas do bem estar social.

Os opositores exercem seu direito de argumentar, em geral em cima de inverdades. Tais determinações constitucionais exigem um rearranjo geral na Economia, e cada coisa acaba caindo em seu lugar. Todos precisam se comprometer mais, agindo com responsabilidade de parte a parte, inclusive com os empregadores fazendo o recolhimento do INSS e do FGTS dos empregados.

O trabalhador precarizado, trabalhando como empreendedor deverá seguir com seu sonho de não ter patrão, no entanto, poderá repensar sua decisão e voltar ao trabalho com carteira assinada e aos direitos constitucionais. Tal benefício tornará, novamente, o emprego formal uma condição atraente, o que poderá salvar a aposentadoria que, sem contribuição, não chegará.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por