Mara Narciso

Mãe, como fica sua cabeça?

Publicado em 06/11/2023 às 23:37.

Na Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Holanda no centro do Rio, em um quarto grande, estão quatro mulheres puérperas com seus filhos recém-nascidos no bercinho e acompanhantes por perto. Segue-se a rotina madrugada adentro. Uma mulher suspeita anda pelos corredores do hospital, zanzando com três grandes bolsas, sendo uma de viagem, há mais de doze horas. Já passa de uma e cinquenta da manhã. Após um natural cochilo, uma das mães acorda e dá pela falta do seu filho, nascido há 24 horas.

É um acontecimento tão assustador que há um vácuo mental na mãe Nívea Maria Rabelo Moreira, de 27 anos, que nem consegue pensar. O susto e a correria, além de inúmeras providências acontecem. As portas são fechadas e ninguém pode deixar o prédio. As câmeras de segurança registraram a presença da intrusa, que já partiu. É preciso fazer algo de imediato para reaver o menino nomeado Ravi Cunha.

Num caso assim, a pressa direcionada, com a identificação de quem levou o menino e o seguimento veloz de pistas são determinantes para impedir danos ao recém-nascido, até mesmo sua venda a terceiros. Um vizinho da suspeita, no Morro do Borel, a 10 km da unidade faz a denúncia. Os envolvidos apavorados, exceto a polícia que usa seu serviço de inteligência para achar a mulher, procuram fazer algo útil, em busca de um final favorável. Davi Figueira, avô do desaparecido, na manhã de 1º de novembro, em área externa e diante das câmeras, recebe um telefonema da sua esposa Patrícia Figueira, dizendo que o Comando da Polícia Pacificadora havia encontrado Ravi. Visivelmente emocionado, cai de joelhos e, dramaticamente, elevando os braços para o céu, agradece a Deus por tal milagre.

Às 9 h da manhã, as imagens de Cauane Malaquias da Costa, de 19 anos, mãe de uma menina de cinco anos, está na tela, numa transmissão ao vivo. Afirma ser mãe do menino, negando o crime, mas depois alega ter feito a subtração do recém-nascido a fim de usá-lo para convencer alguém a voltar para ela. Diz ter tido uma gravidez, mas perdeu o bebê há pouco tempo. Ocultou da família essa perda, informando-a estar se internando para dar a luz. É levada à delegacia, onde a avó de Ravi pergunta o motivo de ela ter feito aquilo, como também a perdoa, alegando motivos religiosos. Presa em flagrante, Cauane, pelo crime de subtração de incapaz, poderá pegar até seis anos de prisão.

O pai Matheus Maranhão, de 26 anos, filmando o reencontro, mostra uma emoção tão incontrolável que custa a se fixar na imagem do filho no colo da mãe. Os pais do recém-nascido, cuja integridade foi constatada, podem, enfim, colocar a cabeça no lugar e agradecer.

Tudo ao vivo, ou quase, animados com a boa notícia em época de guerras, chacinas e outras tantas tragédias, o espectador, vendo os pais aliviados, por contágio também se sente bem. Depois desse começo de vida espetacular, uma marcante aventura para alguém que mal havia nascido, deseja-se a Ravi amor e união em sua família. Muitos se alegram com esse final feliz.

Fontes: i7News e O Globo

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