A pessoa madura, para além das lembranças de sua própria juventude, poderá ser motivada pelo convívio com jovens, sejam alunos, netos ou pessoas amigas.
Em geral, os jovens andam em grupos, são alegres, vibrantes, falantes, risonhos, servindo de inspiração aos idosos. Como os adolescentes estão entre o estado de crianças e o de adultos, com os hormônios em ebulição e quase tudo é novidade, o aprendizado e a capacidade de reter informações são imensos, por isso, qualquer novidade digital é assimilada. Por outro lado, não têm paciência para ensinar e preferem executar algo solicitado a explicar aos maduros como fazer.
Gostam de saber e são impacientes com os que não sabem, no entanto não se aquietam e nem se demoram no estudo e aprendizado. Os pais e professores precisam estimular cedo a leitura para que gostem de livros. A cada dia, dizem as pesquisas, as novas gerações leem menos.
Os grupos de adolescentes ou adultos jovens funcionais são buliçosos e falantes quando voltam da escola ou quando retornam do trabalho. A energia que emanam e a alegria que irradiam lembram passarinhos em bando procurando uma árvore-abrigo para dormir. São felizes para ir e para voltar, e são ainda mais felizes quando compram o primeiro objeto de valor com o fruto de seu trabalho: bicicleta ou celular.
Podem-se discordar dos lugares-comuns de que a pessoa madura possa ser um velho com espírito jovem e que seus tempos juvenis tenham sido gloriosos. “No meu tempo é que era bom!” Cada etapa da vida tem vantagens e dificuldades.
Quando um casal se forma entre duas pessoas com idades diferentes em mais de dez anos, supõe-se que doam o que mais têm: o mais jovem doa juventude, beleza e sexo de qualidade, enquanto o mais velho doa experiência, segurança, sabedoria e bem-estar material para usufruírem juntos, isso de maneira geral, porque pode envolver amor, assim como interesse financeiro. Ninguém doa o que não tem.
A Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes criou em maio de 2024 inéditas vagas universitárias 60+, com o intuito de valorizar e incluir a pessoa idosa no curso superior, além de mesclar idades em seus cursos, após serem observadas dependência e imaturidade em calouros. A aparente segurança dos idosos, que se sustenta em sua experiência de vida, de alguma maneira acalenta os mais jovens, que se veem assegurados em suas dúvidas, quando compartilham a rotina com pessoas tarimbadas. Há opositores dessa política de inclusão, que age de forma benéfica nos dois grupos, argumentando que o idoso ocupa a vaga de um jovem que poderia dar retorno à entidade. A iniciativa se mostra vitoriosa.
Os encantos da juventude são incontestes. O período em que o ser humano se mostra mais bonito é por volta dos trinta anos, quando ainda espera viver por mais 50 anos, pelo menos. Isso nem sempre acontece, podendo ser dito: todos os velhos foram jovens, mas nem todos os jovens serão velhos. Sim, e que possam conviver bem, em paz e sem discriminação.