Mara Narciso

Fim da Emergência de Saúde Global

Publicado em 08/05/2023 às 20:00.

“Com grande esperança, declaro a Covid-19 encerrada como Emergência de Saúde Global” — disse o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus. No entanto, o estado de pandemia não está suspenso, o mesmo que se dá com a infecção pelo HIV. Alguns países fizeram essa declaração interna e não se utilizam da restrição social devido ao coronavírus SARS-cov2.

Após dois anos de restrição, no começo severa com lockdown, impossibilidade de ir e vir, cancelamento de tudo, e vida parada para quase todos, voltamos aos poucos ao convívio. Passados três anos e dois meses desde os primeiros decretos, contabilizaram-se sete milhões de mortos em todo o mundo, um número subnotificado devido à falta de recursos para exames dos infectados, como também as mortes em casa.

Aconteceram discursos negacionistas e declarações exageradas. Quem exagerou nos cuidados ganhou a sobrevivência. A ciência, tão negada por aqui, com delirantes debates mostrou de que lado estava a razão. O coronavírus só reduziu sua letalidade e grau de virulência após se somarem isolamento social, álcool gel, máscara e elevada porcentagem de vacinação.

Um ano após a eclosão dessa maldição que migrou de animais silvestres para os humanos, já existia a vacina. Foram melhorando a técnica e cada laboratório de pesquisa seguiu um caminho que acabou se somando para, heroicamente, salvar a humanidade.

Sobreviventes do pesadelo respiram aliviados. Houve dia em que se contabilizaram, no consórcio de veículos de informação, mais de 4 mil mortos de covid no Brasil, e seriam muitos mais sem a vacinação. Nos países pobres esse recurso demorou a chegar, porém os países ricos ajudaram os povos pobres a vencer a pior peste de todos os tempos.

Depois de acalmada a virulência viral de um agente altamente contagioso e mutante, pode-se dizer que novas mutações surgirão e, ainda que muito se saiba sobre o vetor, este continuará a assombrar o mundo. É preciso manter a união e a cooperação, lembrando que quanto mais pessoas estiverem vacinadas, maior será a proteção. Pelo que se viu com o comportamento desse vírus, ainda é cedo para um desarme total.

O convívio está liberado, as sequelas respiratórias parecem permanentes, mas a maior marca é algo notável: os danos mentais. Durante o isolamento, todos e até mesmo os negacionistas viajantes e festeiros perderam com a pandemia. No entanto, o que mais se perdeu foi a saúde mental.

Afastados pela contingência, muitos se perguntavam: para onde foram todos? Como foi doloroso esse distanciamento! Além de se perder amigos para a morte, perderam-se contatos, vida e se teve planos interrompidos por pelo menos dois anos.

Que a declaração do fim da emergência revigore a todos e que a ciência se mantenha atenta e consiga proteger o mundo, quando for necessário. Enquanto isso, que todos possam tomar a quinta dose da vacina, a bivalente contra o vírus original e a variante ômicron. E que nada tão ruim quanto essa peste macabra volte a aterrorizar a humanidade!

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