Completando quinze anos de existência, essa entidade é segura de si, consciente de ser o que é, e de como quer que seja o seu destino. Longe está de ser uma flor em botão, dançando sua valsa de estreia. Sabe valorizar o caminho percorrido, seus feitos, sua importância no cenário cultural da cidade e o papel exercido pelas presidentes e respectivas diretorias até aqui. Eis garbosa e imponente a Academia Feminina de Letras de Montes Claros – AFL, uma criação da escritora Professora Yvonne Silveira, agora dando posse a Catarina Durães Caldeira, sua oitava presidente. A partir de 29 de junho de 2009, as gestões estiveram sob o comando de Glorinha Mameluque, Ângela Vera Tupinambá, Marta Verônica Vasconcelos, Evany Calábria, Felicidade Patrocínio, Terezinha Campos e Júnia Rebello.
Detentoras de diferentes profissões e trajetórias, com vários estilos de coordenação, projetos, ambições e execuções, essas mulheres construíram mais do que uma agremiação, edificaram um lugar em que escritoras leem, estimulam a leitura e, principalmente escrevem, não com vistas ao destaque individual, mas com a responsabilidade de deixar por escrito o tempo vivido, em registro literário, histórico, jornalístico, pessoal e coletivo.
A Academia Feminina de Letras congrega, motiva e fortalece mulheres que escrevem e que, em conjunto, deixam mundo afora seus recados, sonhos, crenças, verdades, experiências pessoais e familiares em livros físicos e digitais, o que impede a fugacidade do instante, sendo experimentos duradouros.
Ali existe um ambiente feminino harmônico, com toalhas e flores sobre a mesa, um lugar agradável, onde todas têm o direito de falar o que pensam, sendo ouvidas e consideradas. Não há esporte nem profissão excludente da mulher, assim como não há tema proibido e nem literatura exclusivamente feminina; muitas de nós escrevem de forma poética, meiga, doce, suave, sonhadora, mas, quando a realidade exige seremos duras, ferinas, contundentes.
Juntas ousamos planejar e executar grandes feitos como é o FLAM – Festival Literário do Autor Montes-Clarense, com três edições, assim como erigir a Biblioteca do Autor Montes-clarense Maria das Mercês Paixão Guedes, com mais de dois mil títulos.
O time mais uma vez foi revigorado com a posse de Catarina Durães Caldeira e sua diretoria, assim como pela chegada das acadêmicas Elisane Amaral, Giselda Lages e Zelina Lima.
Através de vias de expressão artística e cultural, onde houver quem possa ver, ler e ouvir, esse batalhão de ideias vai deixando rastros de pensamentos como pedras por se pretenderem permanentes, ainda que não definitivas, e não miolo de pão, mera comida para passarinhos.
O fazer literário através de romances, contos, crônicas, poemas, diários, cartas, reflexões filosóficas, reportagens, memórias são nutrições para o espírito do grupo e seu público. Por isso, temos de comemorar essa existência, resistência e permanência, salpicando aqui e ali, de forma individual ou em conjunto, livros largados pelo caminho.