Mara Narciso

Entrevista

19/04/2022 às 00:16.
Atualizado em 19/04/2022 às 10:34

O tema do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de Jornalismo foi “Entrevista: paralelo entre a prática jornalística e a prática médica”. Essas duas profissões que carrego são compatíveis, sendo a entrevista o grande laço que as une, porque tanto o médico quanto o jornalista passam a vida entrevistando.

O médico faz a anamnese com perguntas sobre queixa, característica, intensidade, fatores que a alteram e outros sintomas associados, formando um raciocínio clínico, uma hipótese diagnóstica, solicitando exames para a confirmação e planejando o tratamento.

O jornalista, diante de um acontecimento, para montar a notícia, faz as clássicas perguntas à testemunha: O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê? Todas as respostas formam a tarefa de noticiar.

O Festival Literário do Autor Montes-clarense (Flam) tirou tudo do lugar, mexeu com quase todas as peças do tabuleiro com relação à literatura, o fazer literário, as editoras e o mercado livreiro em Montes Claros.

Na esteira do sucesso do Flam, surgiram convites de entrevistas aos autores. De 1º a 10 de abril, os escritores ficaram no palco e, após os lançamentos presenciais, a ação da mídia facilita as vendas.

Na semana passada, estive no Campus Amazonas da Funorte para dar uma entrevista a Elpídio Rocha e a Maria Fernanda Ruas sobre literatura. Sou egressa dessa universidade, e lhes disse que minha vida mudou após escrever, em 2004, o livro “Segurando a Hiperatividade”, biografia do meu filho Fernando, portador de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).

Ingênua, sem pretensões literárias, pioneira no tema, naquela época eu me vi falando a jornais, rádio e televisão e publicando em blogs e jornais. Os fatos citados me tornaram escritora e pessoa pública.

A faculdade de Jornalismo foi uma importante ferramenta para ampliar meus horizontes, estudando matérias da área de humanas, e o melhor, ajudando a me “destravar”.

Falamos meia hora sobre medicina, jornalismo, literatura, o livro “Segurando a Hiperatividade” 2ª edição, recém-lançado no Flam, do qual fui assessora de comunicação, como também do festival.

O bom entrevistador tira o melhor do entrevistado. Agradeço a oportunidade de conversar, 12 anos depois, com Elpídio Rocha, meu ex-professor que, sabiamente, com uma fala pré-entrevista, soube adequar minha adrenalina.

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