Quase não se vê jovens ocupados com o passar do tempo, já os idosos que usaram mal o seu tempo, e culpam alguém por isso, terceirizando seu fracasso, reclamam. O tempo é tema recorrente na boca dos que viveram bastante, e quase nunca sentem ter vivido o suficiente. Os melancólicos, com tendência a tristeza profunda e falta de energia física, ou os que vivem em sofrimento mental buscam colocar fim às suas dores, até mesmo com as próprias mãos.
Hier Encore: “Ainda Ontem/ Eu tinha vinte anos/ Acariciava o tempo/ E brincava de viver/ Como se brinca de amar/ E vivia a noite/ Sem contar os meus dias/ Que se esvaíam no tempo/ Fiz tantos projetos que permaneceram no ar/ Alimentei tantas esperanças que bateram asas/ Que permaneço perdido sem saber aonde ir” – Charles Aznavour, 1964.
Diversos verbos são usados para o tempo, que leva, que traz, que voa, que passa, que se perde, que se ganha, que se desperdiça, que se mata, que se marca, que se mede, mas não se pode amarrá-lo e muito menos pará-lo, porque o tempo não tem dono. A arte serve para se falar de fatos levados pelo tempo, um fator existencial que se entende, ao se observar seus efeitos em uma rosa murcha ou em um rosto vincado, mas não se consegue explicar o que é. A física usa o próprio tempo para definir o tempo.
“Para Platão, o tempo era uma imagem móvel da eternidade, um conceito abstrato que existia independentemente do mundo físico. Aristóteles via o tempo como uma medida do movimento, algo que só existe em relação à mudança e aos eventos. Para Santo Agostinho, o tempo estava intrinsecamente ligado à experiência humana, à memória e à antecipação. Na física clássica, o tempo era visto como uma constante universal, algo absoluto e imutável. Isaac Newton imaginava o tempo como um fluxo contínuo e uniforme, uma linha reta que todos os eventos do universo seguiam. Para Albert Einstein, o tempo não é absoluto, mas relativo; é flexível e pode ser afetado pela gravidade e pela velocidade” – Revista Galileu.
O tempo é nosso principal tesouro, e por isso devemos gastá-lo com sovinice, usando-o com ações úteis, construtivas, que acrescentem algo a alguém. Ninguém segura o tempo, ainda que alguns pensem que tenham esse poder, assim, quando se pergunta a um moribundo o que ele quer, certamente será tempo.
O tempo existe, ou será mera ilusão? Relógios em movimento medem o tempo mais devagar e nada no Universo se move mais rapidamente que a luz. Se um dia se puder viajar para outros planetas na velocidade da luz, será possível vencer o tempo, ou fazê-lo estendido, seguindo um ritmo diferente do envelhecimento dos terráqueos. De fato, o tempo se altera, dependendo da velocidade do objeto, conforme previsto por Albert Einstein. Como não se pode calcular a velocidade de um corpo sem relacioná-lo a outro corpo, tem-se o nome “Teoria da Relatividade”.
Quando se fica velho? Quando se faz 60 anos. Quem admite ter ficado velho? Quase ninguém, porque não se diz estar velho e sim, que se está ficando velho.
Todos os velhos foram jovens, mas nem todos os jovens serão velhos!