“As formigas podem ser consideradas como o grupo de animais de maior sucesso ecológico, porque representam de 15% a 20% de toda a biomassa animal vivente. De fato, estima-se que o peso de todas as formigas do planeta supere o peso de toda a humanidade. Assim, calcula-se que existam dez quatrilhões de formigas na Terra” – Wikipedia.

Para quem nasceu numa cidade que se chamou Vila Montes Claros de Formigas sabe que elas já estavam aqui quando as pessoas chegaram, e por isso precisam ser aceitas. Estudos apontam que surgiram na terra há 140 milhões de anos, estando, portanto, muito seguras do seu espaço.

Coadores de café podem ser redutos de formigas, mas o campeão é o açucareiro. Para evitar aborrecimentos, muitos o colocam na geladeira ou dentro de um prato com água, já que formiga não sabe nadar. É preciso fazer piruetas para não tomar café com formiga. Caso a pessoa deixe um doce ao alcance delas, logo terá de tirá-las. Quem não tem nojo de comer doce com formiga, mate uma barata e veja quem virá comê-la: as formigas.

Na verdade, o alimento das formigas é o mofo que cultivam em seu formigueiro, e as adultas alimentam-se de líquidos. Quando cortam folhas, sugam a seiva.

A fama de trabalhadeiras inspirou La Fontaine a escrever a fábula “A Cigarra e a Formiga”. Quem diz “o que vem de baixo não me atinge” desconhece o poder de fogo do ácido fórmico, injetado pelo ferrão das formigas.

Organizadas em colônias cooperativas, divididas em castas, nas quais cada indivíduo tem sua função, as formigas vivem numa sociedade perfeita e harmônica, e por isso são consideradas insetos eusociais. Esta sociedade ideal tem muito a ensinar aos humanos. Limpas, ordeiras, ritualísticas, comunicam-se pelo odor das companheiras, em especial nas trilhas.

Formigas ocorrem em grande diversidade, sendo o inseto com maior número de espécies. Encontram-se formigas miúdas e graúdas nas cores preta, marrom, vermelha, amarela, dourada, verde e albina. Existem as diurnas e as noturnas, as do frio e as do calor, as do doce e as do sal, as de rabo quente e as de rabo frio, com e sem dor nas ferroadas, as sem odor e as com odor desagradável, inclusive de fezes.

Em busca de comida, invadem os lares sem cerimônia alguma. A profusão de espécies de formigas é tão grande no âmbito doméstico que, em pouco tempo, suas mudanças de formigueiro nem causam espanto. Para se dizer que uma pessoa gosta muito de doce, se diz: parece uma formiga. A força da formiga a possibilita carregar até cinquenta vezes o seu peso.

Apesar do convívio com tantas formigas, poucos viram uma delas bebendo água. Pois elas são atraídas pelo precioso líquido. É deixar água ao seu alcance, que logo elas veem beber. Ficam tão inebriadas que podem promover suicídio coletivo, formando, para o pasmo de quem as vê, uma espécie de ilha flutuante. Por que fazem isso? Poderiam ter ficado na beirada sorvendo o líquido, mas perderam o controle e foram para o tudo ou nada. Sedentas, afogaram-se.

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