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Quarta-Feira,5 de Fevereiro
Mara Narciso

A César o que é de César!

Publicado em 06/01/2025 às 19:00.

Embora se queira mudar o certo pelo errado e o errado pelo certo desde a pós-verdade e o avanço das fake news, quando se dá chance ao bom senso, tal inversão não ocorre.

As normas éticas e o passado histórico podem ser reinterpretados, mas não reescritos, a despeito das tentativas de o Brasil Paralelo fazê-lo. O que tem valor será lembrado por isso, e jamais o oposto. Os viciados em “narrativas” contrárias a realidade dos fatos, continuam rompidos com o mundo real, e o que é motivo de espanto é conhecerem a verdade e se vangloriarem por acreditar na mentira.

Dia três de janeiro, na cidade mineira de Betim, na Grande Belo Horizonte, com baixa visibilidade em meio a uma tempestade, em uma avenida ao lado de um rio-esgoto canalizado – Riacho das Areias, uma mulher que guiava um automóvel perdeu seu controle e caiu no canal. No carro havia cinco pessoas: a motorista de 70 anos, uma mulher de 31 anos com uma criança de dois anos no banco do carona e atrás dois homens, um de 31 e outro de 74 anos. Os quatro ocupantes conseguiram se salvar sem ajuda. Levado pela correnteza, quase completamente submerso, restava lá dentro um ocupante para ser salvo.

Um motorista que passava pelo local chamou a Polícia Militar para efetuar o resgate, porque o último a ser retirado, no banco de trás e com mobilidade reduzida, não conseguiria se salvar sozinho. Cinco agentes cuidaram desse salvamento. Para o efetuarem, amarraram cordas no automóvel e o fixaram em um apoio na margem, para conter seu deslocamento exercido pela força da correnteza. Logo depois, um dos militares estava totalmente sobre o capô, e depois ficou sentado sobre a porta da frente aberta; a de trás também se mantinha assim, represando a água turbulenta que continuava a subir. A imagem sugeria que o ocupante restante estaria com água na altura do pescoço.

Em situação adversa, considerando-se o nível da água que subia e empurrava o carro, a idade e o peso do resgatado, com a força dos braços, os militares sobre a borda canalizada e com parte do corpo dentro da água poluída, usando de coragem e perícia fizeram uma força extrema, com arranques após cada contagem, e conseguiram içá-lo para fora.

A água que afoga é a mesma que faz flutuar – Lei do Empuxo, que auxiliou na fase intermediária do resgate. Desocupado, e subitamente leve, o veículo desceu mais alguns metros, ficando a uns cem metros do local da queda.

Os heróis de farda que tiveram contato com a água contaminada foram ao hospital para serem medicados, e as pessoas salvas do sinistro foram instruídas para assim também procederem, desse modo, estiveram no hospital e foram liberadas.

No mesmo lugar e sorrindo, justificadamente para as câmeras, de banho tomado, aliviado por ter renascido, a vítima se reencontrou com os heróis. O salvado disse que tentou se manter tranquilo para não atrapalhar os socorristas. 

O desfecho fatal só não ocorreu devido à presteza e sangue frio dos agentes de Segurança Pública. Com isso ganharam o respeito e o reconhecimento da população, além da “gratidão eterna” do resgatado.

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