O verbo é liderar!

30/06/2021 às 00:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:17

Temos presenciado nestes primeiros anos do século 21 uma profunda transformação, que tem se traduzido numa ruptura de valores e conceitos que perturbam a ordem vigente e os fenômenos a ela associados. 

Empresas e pessoas têm buscado cada vez mais setas e soluções para achatar sua curva de agruras e melhorar seus resultados. Neste breve ensaio, abordo empresas e pessoas porque quero destacar a figura do líder. Sem entrar no mérito dos tipos de liderança ou a quais organizações estes servem, centro esta reflexão na condição do líder que verdadeiramente lidera, para além de uma gerência cinzenta e opaca.

Se o verbo é liderar, o substantivo é a criatividade. Combinadas, essas duas palavras têm salvado negócios e pessoas, que coexistem nesta praça turbulenta a que chamamos nova economia, na qual observamos o flagelo de inúmeros empreendimentos. Digo, por ora, que é turbulenta porque não temos regras claras, apenas desejos a serem atendidos em seus mais variados espectros ou escopos. Como acertar ou, melhor dizendo, como errar menos no cenário caótico em que nos encontramos? 

O guru do Marketing Digital, Seth Gondin, em seu canal na plataforma Medium, acredita que “criatividade é inerente à liderança, mas não aos gestores. Líderes são exploradores, vão a lugares novos. Gestores tomam decisões, usam a autoridade para melhorar o resultado. Os líderes têm de inventar o que é possível!”. 

Com pressa e prazos cada vez mais curtos para entregar resultados e retorno financeiro, profissionais e equipes têm lançado mão de práticas kamikazes ou estratégias surreais para manter-se no pódio e fugir da lanterna. 

“Essa é a regra do jogo! Não gostou? Bora, passa logo! Tem gente lá fora pronta para ocupar seu lugar!” – assim costuma se manifestar um gestor que conheço. Seria assim mesmo? Entregamos valores para os nossos clientes assim? Constituímos uma organização saudável e viável sob essas condições? 

A partir desta inquietação, convido vocês a refletirem sobre o principal personagem desta narrativa e fiel da balança: o sujeito em posição de liderança. Ele gerencia ou lidera? Orienta ou coage? Direciona ou determina? Inspira ou amedronta? 

Ainda que alguns apontem como uma máxima irretocável “se não for assim, não alcançamos os resultados”, existe uma segunda via para melhorar essa equação no ambiente corporativo, em nossas relações profissionais? Acredito que não temos respostas prontas, apenas alguns insights acerca do que temos presenciado e, sobretudo, lideranças que realmente nos inspiram a sermos pessoas melhores. 

A liderança, para Gondin, tem a vontade como componente intrínseco: um verdadeiro líder lidera voluntariamente e é seguido também voluntariamente pelos liderados. “Quando se tem poder e autoridade, porém, gerir passa a ser tentador, porque os gestores conseguem o que já conseguiram ontem de forma mais rápida e mais barata”. Em geral, as empresas esperam que os gestores saibam exatamente quais são os passos envolvidos em seu trabalho – e que este seja realizado sem falhas. 

A partir das questões colocadas, convido cada um que chegou até aqui a refletir sobre os principais ativos dos quais possamos lançar mão, tanto líder ou liderado: sou suficientemente criativo para alcançar resultados por meio de um time bem conduzido? Temos maturidade (autoconhecimento e flexibilidade) para acolher tais princípios e juntos celebrarmos nossas colheitas? Pare, pense e reveja. Todos ganhamos se bem compreendermos nossos papéis e responsabilidades.

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