Com o avanço da vacinação, a expectativa da retomada da economia neste segundo semestre é animadora. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), na média do ano, o crescimento projetado é de 4,8% e, para 2022, de 2%. É provável que, aproveitando-se da melhora na economia, as empresas comecem a se organizar para quitar dívidas negociadas e se reestruturar para encarar novos desafios.
Por essa razão, para o mercado de trabalho o impacto não será imediato. Soma-se a isso o fato de os consumidores de produtos e serviços ainda passarem por um processo de transformação de comportamento, que continuará se refletindo sobre as vendas das empresas.
É fato também que as dificuldades enfrentadas durante o momento de crise trazem consigo novos aprendizados e novas competências, e quem souber aproveitar a oportunidade sairá mais forte desse período turbulento. Tanto as empresas que viram o faturamento cair quanto aquelas que cresceram durante a crise passaram ou vão passar por um processo de mudança. Os professores Hesket e Kotter, em seu livro “Liderando mudanças”, ressaltam um conjunto de fatores que levam as empresas a estar atentas à previsibilidade da variação no volume de vendas, na produção ou no porte, tanto para cima quanto para baixo.
Profissionalizar a gestão dos negócios é uma exigência para que as empresas sobrevivam, desde que levem em conta que planejamento e estratégias para curto e longo prazo farão a diferença. As finanças, por exemplo, deverão ser avaliadas com maior assertividade, para que elas estejam preparadas para investimentos em inovação em processos e produtos e uso mais intenso da tecnologia.
Segundo a revista The Economist, empresas que não investem no mínimo 10% em novas tecnologias desaparecerão. Outro ponto perceptível é que as empresas não devem se preocupar somente em obter lucro. É preciso demonstrar sensibilidade para com clientes e colaboradores nesta nova era.
Outro aprendizado trazido pela crise recente diz respeito à importância de se estabelecer parcerias, ou seja, é necessário perceber que o concorrente também pode ser um parceiro na sobrevivência de grupos setoriais. A troca de experiências proporciona crescimento. Mas a grande mudança estará, sem dúvida, na capacidade de adotar um modelo híbrido de atendimento, que combine presença física e virtual. Nos ambientes físicos, é preciso seguir os protocolos de segurança e treinar a equipe para novas abordagens. Já no atendimento a distância, é necessário investir em plataformas digitais e utilizar um sistema de entregas eficiente. As empresas que entenderam o novo comportamento do consumidor podem proporcionar melhores experiências a ele.
É importante também que as empresas mudem o modelo de liderança e deixem de lado aquele “chefe” que acompanha de perto cada movimento da operação e deem liberdade aos colaboradores. Criatividade, inovação e tecnologia são a base para a nova realidade que se descortina.