Walmath Magalhães - Economista
AnalistaTécnico Sebrae Minas
A Black Friday é um evento do calendário empresarial realizado sempre na última sexta-feira de novembro no Brasil e nos Estados Unidos, que concentra grande volume de ofertas de produtos e serviços. Não há uma definição precisa sobre sua origem. Há quem diga que a expressão surgiu no final do século XIX, motivada pela quebra de duas instituições financeiras norte-americanas em uma mesma sexta-feira.
Também circula a versão de que o termo foi criado na década de 1960 por policiais da Filadélfia para se referir às 24 horas posteriores ao feriado do Dia de Ação de Graças, quando o trânsito se tornava um caos e os lojistas aproveitavam a oportunidade para fazer promoções, com o intuito de atrair clientes.
No Brasil, a Black Friday foi realizada pela primeira vez em 2011 e, desde então, tem alcançado recorde de vendas ano a ano, graças à crescente expectativa do público consumidor em encontrar preços atrativos. Diferentemente dos Estados Unidos, no Brasil o evento estreou exclusivamente no formato on-line, até estender-se ao varejo físico e mobilizar desde pequenos estabelecimentos até grandes players.
Trata-se realmente de uma ocasião para alavancar vendas, firmar negócios ou posicionar marcas. Porém, conforme já orientamos a todos os empreendedores, para aproveitar a Black Friday é necessário, sobretudo, planejar, o que pressupõe dedicar-se ao evento antes, durante e após a passagem da data. Antes, porém, é essencial que o interessado em participar faça a si mesmo as seguintes perguntas: quero puramente aumentar as vendas, girar o estoque, fortalecer minha marca, ampliar minha carteira de clientes ou simplesmente não ficar de fora?
Também é importante preocupar-se com a precificação. Observe, portanto, se o seu preço está correto e alinhado ao equilíbrio do negócio. Uma alternativa recomendada é ter um “markup” (índice multiplicador que é aplicado sobre o custo de um produto ou de um serviço para que se forme o preço de venda, baseado na ideia de preço margem – adicionando ao custo unitário do bem uma margem de lucro) para todos os produtos e variar preços de acordo com os objetivos que se pretende alcançar, já listados antes.
Outros pontos em relação aos quais se deve estar atento é a correta comunicação e a escolha acertada dos canais em que as promoções estarão depositadas. Em um mundo no qual o “omnichanel” é onipresente, além de uma tendência, ter uma boa retaguarda (ou backoffice) neste momento é de extrema importância, especialmente para aqueles cujas operações se dão majoritariamente no universo on-line.
Também é preciso observar as políticas de compra e os direitos do consumidor e, sobretudo, ter muita atenção com a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, pois, além dos famintos por promoção, há aqueles que querem distância de anúncios insistentes. Por isso, é fundamental minerar os dados e preservar a segurança do próprio banco de dados.
Importante é que todos ganhem. A sensação de justiça na equação tradicional da economia (oferta versus demanda) deverá prevalecer para as duas partes – ou melhor, para as três partes envolvidas, pois a economia do país também é uma delas.