A esquizofrenia na infância é uma condição rara, mas alguns casos têm sido relatados, desafiando a percepção comum de que essa doença mental se manifesta principalmente na adolescência ou idade adulta. Afetando crianças com menos de 13 anos, esse grave distúrbio altera a forma como elas percebem e interagem com a realidade, manifestando-se por meio de pensamentos, sentimentos e comportamentos incomuns.
Embora seja uma condição rara, a esquizofrenia infantil apresenta sinais que, se detectados precocemente, podem permitir intervenções e tratamentos eficazes. Crianças afetadas podem exibir períodos prolongados de inatividade, atrasos no desenvolvimento motor e movimentos peculiares, como balançar ou bater os braços. É crucial observar atentamente esses sinais, pois eles podem ser indicativos de um distúrbio que impacta significativamente o desenvolvimento cognitivo e emocional.
Os sintomas podem evoluir com a idade, manifestando-se em mudanças comportamentais notáveis. Crianças mais velhas podem apresentar retraimento, expressar ideias perturbadoras e desenvolver medos intensos, como delírios e alucinações auditivas ou visuais. Identificar esses sinais precocemente é fundamental para iniciar o tratamento antes que a criança entre em um estado de psicose.
Os especialistas categorizam os sintomas em três grupos: positivos, negativos e cognitivos. Os positivos envolvem rupturas com a realidade, como alucinações; os negativos abrangem comportamentos e emoções retraídas; e os cognitivos revelam alterações na forma de pensar e lembrar.
O diagnóstico dessa condição complexa requer avaliação especializada. Um psiquiatra pediátrico, juntamente com outros especialistas, realizará exames físicos, análises de sangue e exames de imagem cerebral para obter um diagnóstico preciso e elaborar um plano de tratamento personalizado.
Além disso, em alguns casos, as crianças diagnosticadas com esquizofrenia podem ser elegíveis para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), um auxílio financeiro oferecido pelo governo. Esse benefício visa proporcionar suporte financeiro adicional às famílias que enfrentam desafios decorrentes de condições de saúde graves e incapacitantes, como a esquizofrenia na infância.
Portanto, apesar da esquizofrenia na infância ser uma condição incomum, é importante reconhecer sua existência, promover a conscientização e garantir que as crianças afetadas recebam o suporte necessário para enfrentar os desafios associados a essa condição, inclusive através de benefícios como o BPC.
*Com a colaboração de Maria Eduarda Pereira Aguiar