As mulheres portadores de câncer de mama conseguiram uma grande vitória ontem no direito à assistência integral à saúde, como determina a Constituição. A Câmara dos Deputados aprovou proposta que garante o direito à reconstrução da mama, com intervenção nos dois seios de forma a manter a simetria e reconstrução dos mamilos. O texto já havia sido aprovado pelos senadores e, agora, segue para sanção presidencial.
Caso seja sancionado pelo presidente, a medida irá contribuir para tornar mais plena e feliz a vida de milhares de mulheres brasileiras que tiveram as mamas retiradas em função do tumor de mama.
Especialistas reafirmam que os seios vão muito além de uma parte do corpo que serve para alimentar os filhos recém-nascidos. Além da maternidade, eles estão ligados à feminilidade e sexualidade, uma parte do corpo carregada de sentidos.
Sem as mamas, muitas mulheres perdem a autoestima, sentem-se inseguras com o próprio corpo e a sexualidade. Na rede privada, uma cirurgia de reconstrução de mama chega a custar de R$ 5 mil a R$ 10 mil, valor inacessível à grande maioria das brasileiras, muitas delas sem acesso também a um plano de saúde privado.
O fato de as duas Casas parlamentares brasileiras reconhecerem a importância da cirurgia de reconstrução mamária prova que um olhar sensível foi dado à questão feminina, uma vez que o câncer de mama, além do sofrimento físico com o tratamento cirúrgico e de quimio e radioterapia, afeta diretamente a parte emocional ao mexer com a autoimagem.
Após a reconstrução e com a garantia de que terão as duas mamas semelhantes, como provam mulheres que se submeteram a essa cirurgia, elas voltam a se sentir seguras e confortáveis ao se olharem no espelho, prontas para seguir a jornada no mercado de trabalho e em casa, com a família.