A suspensão do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus pode representar uma perda ampliada de R$ 50 bilhões para o Estado, segundo levantamento do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com o estudo, feito por oito economistas, o rombo total pode chegar a R$ 69 bilhões, quase quatro vezes superior ao que seria apurado se a quarentena for mantida.
O “distanciamento estendido” implicaria em queda de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas pelo Estado, o que representaria R$ 19 bilhões. No entanto, em um cenário “sem distanciamento”, a retração do PIB chegaria a 4%, o que resultaria nessa perda de R$ 69 bilhões. Os autores avaliam que sem a quarentena, haverá maior “taxa de fatalidade” e adoecimentos, comprometendo a produtividade, principalmente na indústria e nos serviços.
O estudo aponta que os benefícios econômicos com o isolamento seriam poupar vidas e a capacidade de atendimento do sistema de saúde para a maioria da população. Porém, os economistas avaliam que a maioria não consegue perceber as vantagens que a quarentena possui. Prova disso é que o isolamento vem caindo no Estado desde abril, chegando agora a 39,2% de adesão, quando o ideal, segundo infectologistas, seria de pelo menos 50%.
Essa taxa coloca o Estado como o quarto pior do país em isolamento social, ficando atrás apenas do Mato Grosso (39%), Tocantins (37,5%) e Goiás (36,9%). No último dia 7, o percentual em Minas era de 40,3%. O índice verificado no Estado preocupa especialistas, que temem o aumento das notificações do novo coronavírus. Hoje, já são 3.950 casos confirmados da doença em Minas e 139 mortes.
Especialistas apontam que os casos de Covid-19 podem aumentar de forma exponencial, dobrando a cada quatro dias. Desta forma, para evitar um colapso do sistema de saúde, a população deve manter o isolamento social e não ignorar as medidas preconizadas pelas autoridades de saúde, como a higienização das mãos com água e sabão, evitar contatos físicos, não levar as mãos aos olhos, nariz e boca e o uso do álcool em gel. Enquanto não há um avanço da ciência, toda precaução é bem-vinda!