Embora o dia 2 de novembro seja a data marcada no calendário para lembrar os mortos, para render homenagens a quem já não vive mais, quem perdeu alguém recentemente ou não sabe que não é necessária uma data grafada em um calendário ou uma hora marcada para que a saudade nos tome de assalto.
Para quem perde um ente querido, todo dia é dia de lembrar, de pensar, de sentir aquela dorzinha bem no profundo da alma, marca indelével dos que se foram. Eles já não estão mais fisicamente próximos de nós, mas permanecem em nossas mentes, em nossos corações, fazendo pulsar a saudade. Saudade, lembranças, nada disso depende de um calendário, mas do querer bem, do amar...
Neste dia de finados, portanto, muitas serão as homenagens. Nos cemitérios, gente indo e vindo carregadas de flores, de velas, com semblantes entristecidos. É certo que para algumas dessas pessoas o dia é apenas um ritual a ser cumprido, mas para outros tantos é tempo de reencontro com gente importante e querida, que apesar do tempo e da distância permanece povoando pensamentos, sendo protagonista de histórias, personagens de muitas lembranças.
Ritual, saudade, tempo de lembranças e reencontros, o dia tem incontáveis significados. E a reflexão, sem dúvida, mora nele. Afinal, mais do que qualquer outro dia, o 2 de novembro vem para nos lembrar sobre a finitude da vida, sobre a latente brevidade de nós mesmos.
Essa certeza traz com ela outras muitas reflexões que deixamos esquecidas em algum lugar dentro de nós: quem somos nós nessa vida, o que estamos fazendo da nossa vida, que lembranças deixaremos ao partir ou, mesmo, que marcas nossas permanecerão?
O dia é de finados, as homenagens são para os que não estão mais fisicamente entre nós, mas as reflexões, essas são sobre a vida e o que fazemos dela.... Se é tempo de celebrar os que nos deixaram e o legado destes, é também, e sobretudo, tempo de celebrar a vida e o viver.