Entramos no “Dezembro Vermelho”, mês de conscientização para a prevenção contra o HIV/Aids. Tempo de levantar novamente a discussão sobre uma doença que tanto medo provocou nas décadas de 1980 e 1990, logo que foi descoberta, e que hoje parece não assustar mais, principalmente os mais jovens, que não viram seus ídolos da música, por exemplo, morrerem consumidos pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (nome para a sigla em inglês).
E é nesse grupo que estão os alvos atuais. Segundo dados do Ministério da Saúde, os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros, concentraram o maior número de casos. Nessa faixa etária, 52,4% são do sexo masculino e 48,4% são mulheres.
E por que será que eles estão mais suscetíveis? Uma das explicações dadas pelos médicos é que pessoas nessa idade não vivenciaram a devastação causada pela doença décadas atrás e, hoje, em função da evolução do tratamento, não se tem mais imagens tão impactantes como naquela época. E, sem temer esse vírus – mais um na nossa humanidade –, deixam de se proteger, por exemplo, usando o preservativo.
Especialistas alertam que essa é uma das principais formas de se proteger contra a Aids. Jamais tenha relações sexuais sem a camisinha, principalmente se for com pessoas com as quais não se conhece a vida sexual. Além disso, é preciso utilizar seringas e agulhas descartáveis – cuidado fundamental na hora de se fazer uma tatuagem, por exemplo. Também é indicado o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão.
E a situação é preocupante no Norte de Minas. O número de pessoas que procuraram o Hospital Universitário Clemente de Faria – referência nesse tipo de atendimento – neste ano, com diagnóstico de Aids, é quase o dobro em relação ao ano passado: saltou de 38 para 62.
A explicação seria uma realização ampliada do teste? Ou descuido de quem não se preocupa em se proteger? De qualquer forma, o Ministério da Saúde está incentivando as pessoas a realizarem o teste. Esse é o mote da Campanha de Prevenção ao HIV/Aids deste ano: “HIV/Aids. Faça o teste. Se der positivo, inicie o tratamento”.
Na avaliação do Ministério da Saúde, ações como a testagem para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de casos e óbitos por Aids. Portanto, se proteja, afaste os riscos, mas se isso não aconteceu, faça o teste.