A decisão do Governo de Minas de colocar a Polícia Militar à disposição dos municípios para ajudar na fiscalização do uso de máscaras é bem-vinda, mas de certa forma vem com atraso. Anunciada ontem pelo governador Romeu Zema, ainda não chegou, ao menos, até o comando da PM em Montes Claros, a maior cidade do Norte de Minas. Portanto, até que seja efetivamente comunicada à corporação, para que seja posta em prática, é provável que demore alguns dias para entrar em vigor. E cada dia a mais, como temos visto até aqui de forma dramática, pode significar várias batalhas perdidas para o novo coronavírus. À beira do colapso no atendimento, em UTIs do SUS, de pacientes com Covid, o Estado parece estar tentando reorganizar a estratégia para frear a disseminação do vírus. Ter a polícia nas ruas orientando e sobretudo cobrando dos “rebeldes” o uso de máscaras poderia até soar exagerado algumas semanas atrás, mas hoje se mostra como uma atitude acertada para evitar qualquer nova contaminação. O motivo: não estamos falando somente do esgotamento de vagas de terapia intensiva para os doentes graves. Em todo o Estado, repetindo um cenário já visto em outras unidades federativas do país, crescem as estatísticas e a preocupação com a falta de profissionais de saúde para atender à demanda e até de insumos médicos, como relaxantes musculares indispensáveis no processo de intubação. Fora de controle, a doença sobre a qual pouquíssimo sabemos nos dribla dia a dia, postergando o fim do isolamento que poderá nos devolver, em segurança, à vida “normal”, e nos ajudar a tentar colocar nos trilhos o trabalho, as atividades econômicas, o estudo, o lazer e tudo o mais.
Mais do que nunca é hora de não relaxarmos. Adotar uma postura responsável diante da doença é tão importante quanto cobrar do governo federal, estadual ou municipal que tome providências. Faça sua parte para que não continuemos a pagar com vidas o preço da negligência.