Quem quiser saber mais sobre vida, costumes e cultura de uma cidade deve ir ao mercado local. Um passeio nestes espaços coloridos por frutas, grãos, artesanato e outros “ingredientes” permite sentir cheiros, experimentar sabores e ver a arte que muito identificam uma população. A sensação de conhecer a peculiaridade de um povo é a mesma, seja ao entrar no Grande Bazar – um dos maiores mercados do mundo, em Istambul, na Turquia – ou em uma feira regional de uma cidade do Nordeste brasileiro. Mais que centros de compras, importantes para a economia de uma região, mercados representam grande valor histórico e muitos, devido à beleza e grandiosidade, transformam-se em atração turística. Por isso há motivos de sobra para as administrações municipais manterem vivos e bem cuidados estes patrimônios.
Em Montes Claros, a Câmara Municipal realiza hoje audiência pública para discutir o situação do Mercado Central da cidade. Prestes a completar 120 anos de história, ele sofre com o abandono. Falta de segurança, estruturas danificadas e sujeira tomam conta do espaço. Uma pena. Batizado de Christo Raef, o Mercado Central, além de contribuir com o desenvolvimento econômico de Montes Claros, é parte das memórias afetivas dos moradores e de muitos turistas que lá visitaram. Não há quem vá a Montes Claros e não volte encantado com a carne-de-sol e o pequi, ingredientes regionais que conquistaram o mundo, sem falar no artesanato e o jeito alegre e hospitaleiro dos feirantes.
Não é justo que o local esteja abandonado. A expectativa é a de que as discussões da audiência de hoje resultem em medidas concretas para salvar este patrimônio da cidade.