Não bastasse ter que enfrentar o coronavírus e a dengue, o Norte de Minas ainda precisa encarar outro vilão: os escorpiões. Não é mistério para os moradores que a região, por ser muito quente, apresenta condições favoráveis para a reprodução e abrigo desses peçonhentos. O problema é que, em plena pandemia, com grande parte da população tendo que ficar em casa, principalmente idosos e crianças, o risco de ataques é ampliado. mostra nesta edição, os ataques de escorpião no Norte de Minas crescem a cada ano. Os atendimentos são feitos no Hospital Universitário Clemente de Faria (HU), referência nesse tipo de caso. De janeiro a maio de 2020 já foram registrados 1.184 casos de picadas deste aracnídeo e duas crianças perderam a vida. O dado supera em 0,93% o do mesmo período de 2019 (1.173) e em 11,6% o número de 2018 (1.060). Neste ano, já perderam a vida por picada de escorpião um menino de 7 anos do município de Janaúba, além de uma outra criança de 4 anos, do distrito de Bentópolis de Minas, da cidade Ubaí. No ano anterior, as vítimas também eram todas crianças, com 3, 10 e 12 anos de idade. Mais uma vez, trata-se de uma ameaça cuja prevenção está diretamente relacionada aos cuidados tomados pela população. Assim como a dengue, que precisa da limpeza de quintais e lotes vagos para impedir a proliferação do Aedes aegypti, a infestação de escorpiões também está muito relacionada à sujeira, à criação de um ambiente propício para abrigar o peçonhento. Montes de entulho, de madeira, de pedras e mato são locais que favorecem a reprodução do aracnídeo, que depois acaba migrando para o interior das casas, se escondendo em calçados, roupas, cobertas. Portanto, novamente se faz necessária a conscientização da comunidade para que mantenha o local onde vive limpo, arejado e imune a pragas. Mantenha as partes externas próximas às casas limpas e evite colocar as mãos em lixos, áreas úmidas e frestas nas paredes das casas. Todo cuidado é pouco.