A disseminação da pandemia do novo coronavírus já provoca uma escassez de matérias-primas hospitalares no mercado. Os hospitais de Montes Claros, no Norte de Minas, estão à beira do colapso e os estoques de anestésicos e de relaxantes musculares, fundamentais no tratamento de pacientes com diversas enfermidades, estão no limite. A crescente busca pelas unidades de saúde levou vários hospitais no município a adotarem um plano de contingência. O Universitário Clemente de Faria (HU), a Santa Casa, Dílson Godinho, Aroldo Tourinho, Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (HC) e o Prontossocor fizeram um alerta à população ontem, por meio de nota, para que só saia de casa em caso de extrema necessidade, evite acidentes e uma corrida à rede de saúde, que não suportaria uma alta demanda. Os produtos ainda existentes nos hospitais estão sendo reservados apenas para os casos emergenciais. E a ausência de medicamentos pode piorar a situação das pessoas que contraíram a Covid-19. As unidades de saúde ainda lutam também para ampliar o número de leitos e de respiradores, cuja demanda tem crescido a cada semana. O Ministério Público informou que ainda não há previsão concreta para normalização dos estoques de medicamentos no curto prazo. Hoje, cerca de 220 pessoas, em situação de vulnerabilidade tiveram que recorrer à Justiça para ter acesso aos medicamentos, cirurgias e até internações. Moradores que necessitam também fazer o uso contínuo de remédios para doenças como o lúpus têm sofrido com a falta dos produtos e tiveram que ingressar com ação. A escassez de matérias-primas tem se tornado uma rotina em vários estados, colocando a vida de muitas pessoas em risco, principalmente agora com o agravamento na pandemia de coronavírus. Cabe ao Ministério Público e aos governos municipais e estadual intensificarem a cobrança junto ao Ministério da Saúde para tentar aliviar o drama de vários moradores da região.