A disseminação da pandemia do novo coronavírus, que limitou a abertura do comércio e impôs o isolamento social às famílias, começa a mostrar os efeitos econômicos no Estado. Segundo dados da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), pelo menos 318 empresas encerraram as atividades em Montes Claros, no Norte de Minas, no período entre março e junho deste ano. No Brasil, o IBGE aponta que 40% das empresas decretaram falência devido à Covid-19.
O crescimento do número de negócios fechados em Montes Claros foi de 5,64% em relação à mesma base de comparação do ano passado, mas levou em consideração apenas as baixas formais na Junta Comercial do Estado. Não entram neste cômputo os negócios que simplesmente não voltarão mais a abrir e os que não deram baixa oficial no CNPJ.
A grande dificuldade enfrentada pelo empresariado foi a falta de capital de giro para manter as atividades agora com parte do comércio reaberto no município. Segundo levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 86% dos empreendedores que buscaram crédito no país tiveram o pedido negado. Desde o isolamento social no Brasil, apenas 14% dos empreendimentos que solicitaram financiamento tiveram sucesso.
Os dados disponibilizados pela Jucemg não extratificam o segmento, mas de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Montes Claros, a maior parte dos pedidos de desfiliação da entidade devido ao fechamento das atividades veio dos segmentos de eventos, pequenas lojas de vestuário e bares.
Neste momento de retomada das atividades, não só em Montes Claros, mas em várias cidades do Estado, é necessário que os bancos e instituições financeiras facilitem a liberação do crédito e diminuam as exigências de garantias, principalmente para micro e pequenos empreendedores. Cabe também aos governos intensificarem as políticas públicas para facilitar a tomada de crédito e estimular esses empreendimentos, que geram milhões de empregos no país.