Em Montes Claros, crianças vizinhas a um Centro de Educação Infantil (Cemei) novinho, pronto para funcionar, no Residencial Monte Sião IV, precisam se deslocar para frequentar escolas longe de casa. Apesar de concluída há mais de um ano, ao custo de R$ 1 milhão, o Cemei permanece fechado. Em novembro de 2018, a prefeitura até chegou a anunciar que abriria inscrições virtuais para o cadastro de matrículas do ensino infantil, o que não se concretizou.
A unidade foi erguida com capacidade para atender a 224 crianças de zero a 5 anos. Além do Residencial Monte Sião IV, o anúncio da prefeitura, à época, apontava que deveriam ser acolhidos alunos do Monte Sião I, Monte Sião II, Minas Gerais e Recanto das Pedras, todos conjuntos habitacionais construídos pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.
Reportagem desta edição de O NORTE mostra a saga de dezenas de crianças que vivem com suas famílias no entorno do Cemei do Residencial Monte Sião IV e precisam caminhar ou se sacrificar em busca de condução que as leve a outras escolas.
São, quase sempre, núcleos familiares com menor poder aquisitivo, que poderiam ganhar em qualidade de vida se tivessem a opção de se valer da escola que têm por perto.
O NORTE não teve acesso a uma explicação da Prefeitura de Montes Claros para esse descaso para com essas crianças e suas famílias. Vale lembrar que, em outra reportagem recente, o jornal revelou a penúria desses mesmos cidadãos com a falta de transporte escolar. Trata-se de um resumo triste: escola próxima de casa fechada e ausência de apoio para se chegar a instituições de ensino mais distantes.
Os moradores, mostra ainda a reportagem, reclamam de descuido da prefeitura para com eles. Do que é impossível discordar. Dificultar o acesso de crianças à escola é algo inconcebível.