Poucas atitudes estão tendo tantas consequências negativas para a cidade de Montes Claros quanto a demissão, no início do ano, dos vigias responsáveis por garantir a integridade dos imóveis públicos municipais. Na época, vários setores da sociedade já se mostravam temerosos pelas consequências da medida. E as previsões vêm se confirmando.
Na ponta do lápis, em uma conta rápida, a dispensa dos vigilantes pode parecer bastante plausível em uma época de queda nas receitas. Afinal, em uma visão restrita e simplista, eram pessoas que ganhavam dinheiro para ficar tomando conta “do normal”.
O problema é a presença deles é que inibia a ação de vândalos e ladrões. A dispensa deu aos bandidos um dos fatores necessários para o cometimento de um crime, e que qualquer um com o mínimo de conhecimento de segurança pública sabe: a oportunidade.
A mais recente ocorrência no ESF do bairro Tancredo Neves vem se repetindo durante todo o ano nas unidades de saúde, nas escolas municipais ou em outros prédios.
Pior, o argumento da economia gerada com as demissões, aquela estimada lá atrás, vai caindo por terra com a necessidade de se consertar trancas, telhados, janelas e fiação destruídos pelos invasores, além da reposição do material roubado.
No caso das vacinas inutilizadas, quem vai repor o incômodo de uma pessoa que foi ao posto ontem e não conseguiu vacinar o filho? E se essa ausência resultar em uma doença grave em uma criança por falta de imunização?
Com a palavra, quem fez a conta há um ano.
O argumento da economia gerada com as demissões vai caindo por terra com a necessidade de se consertar o que é destruído pelos invasores