Os trabalhadores do Norte de Minas sentiram o impacto da disseminação do novo coronavírus na região. Com o agravamento da crise econômica, a adoção de medidas para conter a pandemia e o fechamento de empresas, mais de 5 mil pessoas perderam o emprego, segundo levantamento do Observatório do Trabalho do Norte de Minas (OTNM). A situação só não foi pior porque houve criação de postos de trabalho em fevereiro e em junho.
O corte de vagas de emprego foi progressivo com a ampliação da pandemia na região: foram 603 postos de trabalho eliminados em março em relação a fevereiro, 3.232 em abril em relação ao mês anterior e 1.351 em maio na comparação com abril. As cidades com maiores perdas de postos de trabalho foram Montes Claros (2.487), Janaúba (644), Porteirinha (357) e Salinas (321). A faixa etária mais castigada é entre 25 e 29 anos.
O pico das demissões foi constatado, principalmente, nos meses de abril e maio, com um arrefecimento agora no mês de junho, com a criação de 348 vagas em relação maio, encerrando o mês com 165.367 empregos formais. A implementação de medidas em várias cidades do Norte de Minas para a reativação da economia local, depois de um longo período de fechamento do comércio, começa a ser percebida e captada pelos indicadores.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, divulgados nesta semana, mostram também que em todo o Estado houve a criação de 1.795 postos de trabalho formais em junho, mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Este número é resultante da diferença entre 99.430 admissões e 97.635 desligamentos.
Os segmentos de destaque no mês passado foram o da construção civil (3.375) e de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2.053). Essa interrupção no aumento do desemprego verificada em junho pode agora sinalizar uma tendência de retomada do emprego gradual não só em Minas, mas em todo o país, colocando novamente nos trilhos do desenvolvimento a economia do Estado.