Em pleno pico de pandemia do novo coronavírus, com o crescimento de contaminações e mortes, principalmente nas últimas duas semanas, Montes Claros ainda sofre com o descaso das autoridades. Mesmo com a alta demanda na área de saúde, o município mantém fechada a UPA Chiquinho Guimarães. O espaço foi inaugurado no final de junho, mas permanece sem funcionamento, com macas e equipamentos cobertos por lonas pretas ou ainda embalados em caixas.
Ontem, o vereador Marlon Xavier, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, só conseguiu entrar na UPA duas horas depois de chegar ao local, mesmo assim após ter acionado a Polícia Militar. Ele constatou que para que o espaço entre em operação, basta a instalação dos equipamentos e fazer pequenos ajustes para garantir mais atendimento à população. Mas falta o empenho do Executivo municipal, apesar de ter recebido milhões em verbas para ações no enfrentamento à doença. Esperar as coisas piorarem para abrir a unidade é uma decisão prudente? O tempo irá dizer.
A situação ainda grave em Minas levou o governo a anunciar ontem que está adquirindo insumos para ampliar a testagem da população. O mercado havia passado por um desabastecimento, mas o Estado conseguirá agora ampliar a disponibilização de kits para testes. A rede de laboratórios de Minas tem capacidade instalada hoje para a realização de 5 mil testes por dia.
O governo de Minas está buscando também uma nova versão para o Minas Consciente, o programa que garante a retomada das atividades econômicas com maior segurança neste período de pandemia. O novo formato deve ser anunciado no próximo dia 29, mas vai manter a estrutura com a implementação da retomada em fases, evitando assim a ampliação do risco de contágio da doença no Estado. Até agora, 254 municípios mineiros já aderiram ao programa.
Portanto, neste momento ainda com grave quadro da doença em todo o Estado, especialmente em Montes Claros, é necessário um esforço conjunto tanto da população, para manter as regras sanitárias e cuidados básicos para evitar a disseminação da doença, quanto das autoridades, que devem se empenhar para garantir um atendimento rápido e digno à população. E não deixar estruturas invalidadas e ociosas em meio ao caos.