Déficit na área de TI

23/12/2021 às 00:15.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:36

Profa. Dra. Rosangela Silqueira Hickson

A pandemia do SARS-CoV-2 acelerou a transformação digital no Brasil. Ela mostrou claramente um problema que já estava se acentuando nos últimos anos no Brasil: a falta de mão de obra na área de Tecnologia da Informação (TI). O Brasil vem convivendo com altas taxas de desemprego. Apenas no primeiro semestre deste ano, segundo o IBGE, cerca de 14,4 milhões de brasileiros procuravam um emprego, correspondendo a 14,4% da população. 

Ao contrário das outras áreas, o setor de tecnologia da informação enfrenta sérios problemas para recrutar funcionários, com um aumento exponencial no número de vagas necessárias. Foram 344% novos postos para profissionais plenos de TI e 173% para juniores no semestre passado, de acordo com uma empresa de recrutamento.

E a pandemia de Covid-19 tornou esses profissionais ainda mais essenciais para empresas e instituições de ensino. A pandemia acelerou o processo de automatização de serviços, mas a disponibilidade de profissionais não segue o mesmo ritmo. Isso exige que o Brasil crie mecanismo para atrair os jovens para carreiras ligadas à TI.

Além de serem poucos, os profissionais do setor trocam de emprego com muita frequência, já que existe uma alta oferta de vagas e também, “pelos novos desafios, projetos desafiadores”, e nem sempre por salário mais atrativo.

Atrair os jovens para a área é desafiador. Eles não veem a TI como opção de trabalho, porque acreditam que a profissão seja muito complexa e, ao mesmo tempo, desinteressante. É necessário mudar tal visão antes que a escassez de trabalhadores se complique.

Outra opção seria aumentar a mão de obra qualificando meninas para a área, com o objetivo de tornar a composição de profissionais de TI mais heterogênea, já que a maioria é de homens. Nosso maior desafio é mostrar às meninas que elas também podem ingressar na área, mas, além disso, temos que mostrar que TI é um setor fascinante.

E uma terceira opção seria a implantação dos chamados cursos Superiores de Tecnologia, mais rápidos e com foco em tecnologias emergentes, como Google, Oracle, Microsoft, IBM e outras. A concorrência passou a não ter fronteiras. O desafio da qualificação profissional ficou ainda maior.

 *Doutora em Bioinformática, coordenadora do Mestrado profissional em Tecnologias Aplicada à Saúde, professora dos cursos de Tecnologia da Informação da Faculdade Promove de Tecnologia

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