Atrasos em obras públicas são problema frequente no Brasil. Um exemplo são as rodovias, como a BR–381, que liga Belo Horizonte a João Monlevade. O trecho encontra-se em situação precária há vários anos, com promessas de duplicação que nunca saem do papel. Falta de recursos, entraves burocráticos e mudanças de prioridades de governos, cujos líderes se alternam no poder a cada quatro anos, são apontados como principais motivos de as “promessas” demorarem anos para virar realidade. Enquanto isso, sofre a população que paga os impostos. No caso da 381, que ganhou o nome de Estrada da Morte, em função do alto índice de acidentes, a falta de uma pista duplicada e mais bem sinalizada tem ceifado vidas, chamando a atenção de todo o país, como ocorreu na semana passada com a morte de dois jornalistas em um trágico acidente.
Atrasos em obras ocorrem em todas as esferas – municipais, estaduais e federal. Em Montes Claros, a demora na recuperação da passarela da avenida João XXIII provoca insegurança e põe em risco centenas de moradores que transitam pelo local, um dos mais movimentados da cidade. Depois de o jornal O NORTE denunciar a situação, tapumes foram colocados no espaço anunciando obras. O problema é que operários e máquinas não apareceram. Cansados de se aventurar entre os veículos enquanto a reforma não acontece, moradores ignoraram a sinalização, removeram os tapumes e arriscam as próprias vidas na passarela cheia de rachaduras e trepidante. A situação dos pedestre lembra o velho ditado “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. O perigo parece evidente para todos – menos, infelizmente, para quem poderia resolvê-lo: a prefeitura.